Por Aline Bronzati, correspondente, e Elisa Calmon
Washington e São Paulo, 10/09/2025 – O presidente da Embraer Aviação Comercial, Arjan Meijer, defendeu que as tarifas dos Estados Unidos voltem a ser zeradas ao setor aéreo brasileiro sob o risco de elevar o custo aos passageiros americanos. O segmento foi atingido com uma alíquota de 10% pela nova política comercial do presidente Donald Trump.
“As tarifas para a aviação devem zeradas. Qualquer tipo de taxa está apenas distorcendo o mercado e criando comportamentos que não favorecem o fabricante global de uma aeronave. No final, esses custos recairão sobre o passageiro”, disse Meijer, em coletiva de imprensa, nesta manhã, em Washington.
Segundo o executivo, as tarifas já estão sendo pagas pelos clientes da Embraer. A norte-americana Avelo acaba de entrar na lista de empresas consumidoras de aviões fabricados pela brasileira, após o anúncio do pedido de até 100 jatos E195-E2.
O fundador e CEO da americana Avelo Airlines, Andrew Levy, também defendeu que as tarifas ao setor de aviação brasileiro voltem a ser zeradas. “Mesmo se o regime tarifário atual fosse aplicado, acho que não chegaria a 10%, porque grande parte dos componentes desta aeronave é feito nos EUA”, ponderou.
O uso de componentes norte-americanos e o fato da Embraer produzir no Brasil estão entre os principais argumentos da companhia em defesa da tarifa zero. A fabricante destaca ainda a forte presença dos seus aviões no mercado regional dos EUA, sem substitutos em vista.
Os EUA são o principal mercado para a Embraer. As exportações para clientes norte-americanos representam 45% em jatos comerciais e 70% em jatos executivos. A companhia emprega atualmente quase 3 mil profissionais norte-americanos e possui mais de US$ 3 bilhões em ativos no país.
Diante desse cenário, a leitura da companhia é de que possui boas bases de negociações com o governo americano. Os acordos recentes com países europeus para zerar as tarifas para o setor aeroespacial também reforçam o otimismo.
Levy estima que as tarifas sejam zeradas diante de tantas mudanças no cenário atual em relação à nova política comercial dos EUA. “Certamente espero que isso mude entre agora e quando realmente assumirmos o controle das aeronaves. Acredito que os ativos de aviação devem ter tarifa zero”, defendeu o executivo.
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