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COP30/Lula: Confrontos entre países desviam recursos do combate às mudanças climáticas

6 de novembro de 2025

Por Karla Spotorno, Mateus Maia, Paula Ferreira, Renan Monteiro, enviados especiais

Belém, 06/11/2025 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira, na abertura da cúpula de líderes, que a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) apontou que os confrontos entre países atrasam a busca de soluções à crise climática. “Rivalidades estratégicas e conflitos armados desviam recursos que deveriam ir para o combate ao aquecimento global”, disse. “Precisamos superar o descasamento entre o contexto geopolítico e a urgência climática”, acrescentou.

Lula também afirmou que a COP30 será o momento da verdade. “Não podemos abandonar o objetivo do acordo de Paris de aquecimento de 1,5 grau Celsius”, disse. “Nosso objetivo com essa cúpula de líderes em Belém é enfrentar as divergências”, afirmou.

O presidente afirmou que a COP30 é o “ponto culminante” de um caminho pavimentado nos encontros do G20 e do Brics no Brasil. “Essa cúpula de líderes é uma inovação que trazemos para o universo das COPs. E nós podemos e devemos discutir tudo para além dos muros da convenção. Nossas palavras, vão servir de bússola para os próximos dias”, afirmou Lula.

O presidente afirmou que é um marco realizar a COP na Amazônia. Disse que, na Amazônia, vivem povos atravessados pelo falso dilema entre prosperidade e preservação da natureza. “É justo que amazônidas indaguem o que está sendo feito para evitar o colapso climático. E interesses egoístas preponderam sobre o bem comum”, disse.

O discurso, lido pelo presidente na maior parte do tempo, trouxe o tema da justiça climática. Ele disse que será impossível conter a mudança climática sem superar as desigualdades. “A Amazônia para o mundo é como uma bíblia, todos conhecem, mas interpretam da sua forma”, afirmou.

Ele voltou a falar que o ano de 2025 é um marco para o multilateralismo. Festejamos os 80 anos das Nações Unidas e os dez anos do Acordo de Paris. “Passada uma década, ele se tornou o maior espelho das necessidades e das limitações do multilateralismo.

“Estou convencido de que, apesar das nossas dificuldades e contradições, precisamos de mapa do caminho para de forma planejada e justa reverter o desmatamento, superar a dependência dos combustíveis fósseis e mobilizar os recursos necessários para esses objetivos”, disse Lula.

Contato: karla.spotorno@estadao.com, mateus.maia@estadao.com, paula.ferreira@estadao.com e renan.monteiro@estadao.com

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