Selecione abaixo qual plataforma deseja acessar.

BofA/Diogo Aragão: ano de 2026 deve ser mais desafiador para operações de M&A

8 de outubro de 2025

Por Cynthia Decloedt

São Paulo, 08/10/2025 – As eleições presidenciais brasileiras de 2026 devem frear a conclusão de transações de fusões e aquisições (M&A) e a maior parte delas deve acontecer antes de abril de 2026, disse o head de Mergers and Acquisitions Brasil, Diogo Aragão.

No entanto, ele não espera que haja uma aceleração das transações até o final deste ano, mas sim no início do ano que vem. “Acho que pode haver uma aceleração no começo do ano que vem, a partir de algumas medidas específicas do governo, por exemplo, como essa da reforma fiscal, taxação de dividendo”, afirmou. Aragão explica que existem companhias que consistentemente pagam dividendos para fora, os quais têm impacto relevante para o fluxo de caixa da controladora, a depender da geografia. Com a taxação do dividendo sendo cobrada para o dividendo que vai para o controlador lá fora e para os minoritários locais, uma forma de equilibrar esse custo adicional é comprar a fatia dos minoritários, diz ele.

“Dependendo do valor da empresa aqui, faz sentido comprar os minoritários para continuar distribuindo o mesmo tanto de dividendo, sendo que os 10% que serão pagos como imposto podem ser compensados, de alguma forma, pela fatia minoritária adquirida”, disse.

Segundo ele, algumas transações podem derivar de reorganizações ou fechamentos de capital, que partem de um único nome e não de duas partes negociando. “Tem uma parte negociando com coletivos de minoritários, então esse tipo de transação talvez se acentue no primeiro trimestre do ano que vem”, observou.

Aragão destacou que tecnologia e infraestrutura estão entre os segmentos nos quais podem haver movimentos de fusões e aquisições em 2026. Aragão disse que as transações entre empresas de tecnologia tem tido um viés diferente, com operações entre brasileiros. “Os players internacionais que tem entrado são os que já tem presença aqui, ou seja, o Brasil é um mercado relevante e os estrangeiros não conseguem se abster de fazer transações aqui”, disse.

Aragão afirmou ainda que os chineses estão bastante ativos e que, ao contrário de dez anos atrás, estão olhando setores de forma mais dispersa, migrando para segmentos de infraestrutura e petróleo. “Há dez anos, entre 80% e 90% das transações eram o setor de energia elétrica”, disse.

Contato: Cynthia.decloedt@estado.com

Veja também