Por Circe Bonatelli
São Paulo, 29/12/2025 – A concessão de financiamentos para a compra e a construção de moradias no País atingiu R$ 12,4 bilhões em novembro de 2025, montante que foi 17,1% menor em relação ao mesmo mês do ano passado e 16,8% inferior a outubro deste ano.
Os dados foram divulgados há pouco pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). A pesquisa engloba apenas os empréstimos bancários com recursos da caderneta de poupança. Não entram aqui os financiamentos para imóveis dentro do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), que é abastecido pelo dinheiro do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
O volume de financiamento imobiliário contratado entre janeiro e novembro com recursos da poupança deste ano foi de R$ 140,1 bilhões, ficando também 17,1% menor que o montante verificado no mesmo período do ano passado. Nos 12 meses encerrados em novembro, a liberação de crédito totalizou R$ 157,8 bilhões, baixa de 14,4% em relação aos 12 meses precedentes.
A contração no crédito se deve aos juros altos da economia brasileira, que reduziu o poder de compra dos interessados em obter a casa própria. Além disso, a poupança teve captação líquida negativa, restringindo oferta de recursos para novos financiamentos. No acumulado de janeiro a novembro, os saques na caderneta superaram os depósitos em R$ 67,5 bilhões
A situação, entretanto, já era esperada. Em janeiro deste ano, a Abecip projetou que os financiamentos imobiliários teriam queda em torno de 15% a 20% ao longo de 2025.
Unidades
Em novembro de 2025, foram financiados 39,2 mil imóveis, retração de 16,7% na comparação com novembro de 2024 e queda de 2,1% em relação a outubro deste ano.
Entre janeiro e novembro de 2025, o total de imóveis financiados chegou a 408,3 mil unidades, redução de 21% em relação ao mesmo período do ano anterior.
E nos últimos 12 meses encerrados em novembro de 2025, foram financiados 459,9 mil imóveis, mostrando recuo de 18,5% em relação aos 12 meses anteriores.
Bancos
A Caixa Econômica Federal se manteve na liderança no setor, com liberação de R$ 53,9 bilhões em financiamentos imobiliários de janeiro a novembro deste ano, embora com recuo de 29% em relação aos mesmos meses do ano passado, quando chegou a R$ 75,9 bilhões.
Em segundo veio o Itaú Unibanco, com R$ 37,5 bilhões em financiamento, leve alta de 3,3% na mesma base de comparação. Em terceiro, o Bradesco gerou R$ 27,2 bilhões em crédito, baixa de 18%. Em quarto, o Santander contratou R$ 11,2 bilhões, aumento de 4,2%.
Com juro alto e menos recursos disponíveis, os bancos priorizaram a oferta de financiamentos para a aquisição de moradias, fechando a torneira do crédito para construtoras produzirem novos empreendimentos.
Segundo os dados da Abecip, o crédito para a aquisição de imóveis totalizou R$ 47,8 bilhões de janeiro a novembro, baixa de 19,8% na comparação anual. Já o crédito para construção ficou em apenas R$ 7,6 bilhões, uma contração ainda maior, de 53,3%.
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