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Múltiplos impactos da crise climática na ordem global e propostas para a COP 30 dão o tom dos debates na XXII Conferência de Segurança Internacional do Forte

Reflexões sobre as muitas conexões entre as mudanças climáticas e a segurança internacional, com repercussões no combate ao crime transnacional, na busca por novas fontes energéti

11 de junho de 2025

MAIOR FÓRUM DE SEGURANÇA INTERNACIONAL DA AMÉRICA LATINA REUNIU AUTORIDADES, ACADÊMICOS E DIPLOMATAS NO RIO DE JANEIRO

Palestrantes da Conferência de Segurança Internacional do Forte 2025 ? foto: Mapa Fotografia

Materiais de imprensa: AQUI

RIO DE JANEIRO, Brasil, 11 de junho de 2025 /PRNewswire/ — Reflexões sobre as muitas conexões entre as mudanças climáticas e a segurança internacional, com repercussões no combate ao crime transnacional, na busca por novas fontes energéticas e no multilateralismo, marcaram os debates da XXII Conferência de Segurança Internacional do Forte, realizada nesta terça, 10, no Rio de Janeiro. A 22ª edição do maior fórum de segurança internacional da América Latina teve como tema “Para Além do Não Retorno” e antecipou muitas das pautas que poderão emergir na COP30, que será realizada em novembro no Pará.

Iniciativa da Fundação Konrad Adenauer (KAS-Brasil) em parceria com o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) e a Delegação da União Europeia no Brasil, o evento reuniu autoridades, diplomatas, representantes das forças armadas e acadêmicos da América Latina e Europa para debater desafios e perspectivas das relações internacionais. A Conferência também foi transmitida online com tradução simultânea em português, inglês e espanhol.

“A conferência desse ano enfatizou os papéis fundamentais da Europa e da América Latina na abordagem dos diversos desafios trazidos pelas mudanças climáticas à segurança internacional. Ao alinharmos a Conferência do Forte às discussões da COP30, reafirmamos nosso compromisso de fomentar a resiliência e a estabilidade globais”, resumiu Maximilian Hedrich, Diretor da Fundação Konrad Adenauer (KAS) no Brasil, que abriu o evento ao lado de José Pio Borges, Presidente do Conselho Curador do CEBRI, e de Marian Schuegraf, Embaixadora da Delegação da União Europeia no Brasil.

Os painéis

O painel de abertura, “Entre clima e segurança: multiplicador de ameaças e problema global?“, abordou não apenas o impacto das mudanças climáticas na segurança internacional, mas também como conflitos políticos na Europa vêm elevando os gastos militares e afetando os investimentos na agenda verde. “Vejo com preocupação uma verdadeira corrida armamentista que está se desencadeando no mundo”, pontuou Antonio Patriota, ex-Ministro das Relações Exteriores e atual Embaixador do Brasil no Reino Unido, citando ensaio em que o filósofo Umberto Eco diz que a guerra é antiecológica.

Brian Glynn, Diretor-Geral para as Américas do Serviço Europeu para a Ação Externa (EEAS), e Roland Theis, membro do Parlamento Alemão, reafirmaram o compromisso da União Europeia com a conservação ambiental e com uma economia circular, inclusiva e competitiva, mas ressaltaram a necessidade de enfrentar os graves riscos à segurança que os fenômenos ambientais alimentam no curto prazo. A moderação coube à Diretora de Segurança da Informação no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, Danielle Ayres.

Em seguida, o painel “Aspectos multilaterais das mudanças climáticas: desafios para a COP30, exclusivamente feminino, reuniu Izabella Teixeira, ex-Ministra do Meio Ambiente e Conselheira do CEBRI; Emmanuella Doussis, titular da Cátedra UNESCO em Diplomacia Climática; e María Isabel Ortiz Mantilla, Presidente da Comissão de Meio Ambiente do Congresso de Guanajuato, no México, sob mediação de Marianna Albuquerque, Professora no Instituto de Relações Internacionais e Defesa da UFRJ e Senior Fellow do CEBRI.

Izabella Teixeira ressaltou que as condições políticas e diplomáticas que levaram ao Acordo de Paris não existem mais, destacando que as potências naturais devem assumir um papel fundamental de liderança: “É estratégico para um país como o Brasil saber fazer escolhas com base na sua realidade. Elas definem o que queremos ser: menos vulneráveis, mais justos e mais competitivos”. Emmanuella Doussis lembrou que um mundo polarizado dificulta a criação de parcerias para lidar com as consequências de desastres climáticos enquanto María Isabel Mantilla ressaltou que a COP 30 pode marcar um novo rumo para o planeta ao fortalecer uma governança climática.

A forma como crimes ambientais vêm financiando organizações criminosas e suas possíveis ligações com cadeias de suprimento de setores econômicos globais estiveram no centro do debate durante o painel “Crime transnacional, segurança e impactos climáticos: uma interseção complexa“, mediado pelo chefe da Coordenação-Geral de Enfrentamento de Ilícitos Transnacionais no Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Marcelo Della Nina. “Precisamos ver os crimes ambientais como parte integrante da agenda climática”, defendeu Robert Muggah, cofundador do Instituto Igarapé, chamando a atenção para a industrialização destas atividades. Em sua fala, ele ilustrou o fenômeno mencionando investigação que revelou como o ouro produzido em um pequeno garimpo ilegal em uma terra indígena na Amazônia vinha abastecendo mecanismos de produtos tecnológicos na Europa, na Ásia e na América do Norte.

Na mesma linha, Nancy Patrícia Gutiérrez, ex-Ministra do Interior da Colômbia, defendeu que o financiamento internacional ao combate às mudanças climáticas deve mirar também no apoio à cooperação contra o crime transnacional. Maria Rosa Sabbatelli, Chefe da Unidade de Ameaças e Desafios Globais e Transregionais da Comissão Europeia, por sua vez, citou a importância do intercâmbio de informações, expertise e tecnologia entre América Latina e Europa para o enfrentamento às organizações criminosas e a necessidade de envolvimento de todos os setores da sociedade, incluindo a iniciativa privada.

O painel de encerramento, “A nova geopolítica da energia: recursos, segurança e poder“, reuniu Horacio Werner, Diretor Executivo da Agenda Antártica; Benjamin Pohl, Diretor do Programa de Clima, Diplomacia e Segurança do Adelphi; e Rafaela Guedes, Senior Fellow do CEBRI e Integrante do painel de especialistas em Transição Energética do Instituto Clima e Sociedade.

Benjamin Pohl afirmou que a humanidade precisa, com urgência, privilegiar o processo de descarbonização e a busca por fontes renováveis de energia. Segundo ele, a crise climática já torna o mundo mais inseguro e quanto mais rápido a transição energética for implementada, menores serão os riscos. Entre esses riscos está o degelo da Antártida, que causaria impactos imediatos como migração em massa e perda de recursos, segundo Horacio Werner. Para ele, a conservação das calotas polares deveria se tornar uma prioridade e um exemplo de cooperação internacional. Já Rafaela Guedes assinalou que a busca por novas fontes energéticas não deve se tornar uma competição: “Não haverá vencedores dessa forma. Que esse movimento respeite as comunidades e agregue valor”. A mediação foi de Hussein Kalout, ex-secretário especial de assuntos estratégicos da Presidência da República do Brasil e Membro do Conselho Consultivo Internacional do CEBRI.

A programação da conferência trouxe, esse ano, uma novidade: flash talks, palestras de 20 minutos ministradas por Matias Spektor, fundador e vice-diretor da Escola de Relações Internacionais da FGV e Senior Fellow do CEBRI, e Elena Lazarou, Fellow do Chatham House e Senior Fellow da Fundação Helênica para Política Europeia e Externa. Os temas foram “Quando a multipolaridade pode ser estável?” e “Mudanças no poder global: tendências e estratégias”, respectivamente.

Acompanhe as redes da Fundação Konrad Adenauer no Brasil para saber mais sobre o evento. Acesse pelo Instagram ou Facebook: @kasbrasil

Sobre a Fundação Konrad Adenauer:

A Fundação Konrad Adenauer (KAS) é uma fundação política alemã independente e sem fins lucrativos que atua nacional e internacionalmente em prol da paz, justiça e liberdade. Nossa missão principal é a defesa da democracia e o fomento da Economia Social de Mercado, com base nos valores da democracia cristã. Além disso, buscamos fortalecer as relações transatlânticas através da cooperação internacional e, para isso, possuímos mais de 107 representações em todo o mundo. Orientamos nosso trabalho em temas chaves como a Inovação, Representatividade e Participação, e Segurança.

Atuamos no Brasil desde 1969 e concentramos as nossas atividades em quatro eixos temáticos: Educação Política, promovendo a participação dos cidadãos na política; Estado de Direito e Políticas Públicas, que forma multiplicadores sobre temas como Direitos Humanos e Democracia; Desenvolvimento Sustentável e Descentralização, onde promovemos encontros com lideranças locais e representantes políticos para promover a boa governança e a sustentabilidade; e Desafios Globais, onde estimulamos as relações não só entre a Europa e a América Latina, mas também entre Brasil e Alemanha, sob os prismas da cooperação e das relações internacionais.

Sobre o Centro Brasileiro de Relações Internacionais:

Fundado em 1998 por um grupo de diplomatas, empresários, intelectuais e ex-ministros, o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) nasceu com a ambição pioneira de criar o primeiro think tank brasileiro voltado à política internacional. Movidos pela necessidade de qualificar o debate público e ampliar a presença do Brasil no mundo, seus fundadores estabeleceram a instituição com o propósito de produzir conhecimento, fomentar o diálogo e contribuir para a formulação de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento nacional. Ao longo de quase três décadas, o CEBRI consolidou-se como um espaço de promoção de debates estratégicos, plurais e independentes sobre temas internacionais de interesse do Brasil, contribuindo para a formulação de políticas públicas sustentáveis, inovadoras e inclusivas. O CEBRI dedica-se à produção e disseminação de conhecimento acessível e qualificado, buscando engajar diferentes públicos e ampliar a compreensão sobre os desafios e oportunidades da inserção internacional brasileira.

Sobre a União Europeia:

A Delegação da União Europeia no Brasil foi criada em 1984. É uma missão diplomática de pleno direito e trabalha em estreita colaboração com as missões diplomáticas dos Estados-Membros da UE no Brasil.

A Delegação da UE promove as políticas da UE no Brasil, o que inclui apresentar e explicar as ações da UE ao governo brasileiro, autoridades, sociedade civil e público em geral. A Delegação da UE promove ainda a implementação da Parceria Estratégica UE-Brasil e trabalha para fortalecer as relações políticas e econômicas/comerciais com nossos parceiros brasileiros. A Delegação da UE também realiza um serviço ativo de diplomacia pública e informação, com o objetivo de informar os brasileiros sobre os desenvolvimentos atuais na União Europeia e aumentar a conscientização sobre os interesses e preocupações da UE. Os amplos programas de assistência e cooperação setorial da UE no Brasil abrangem áreas como meio ambiente, mudanças climáticas, direitos humanos, ciência e tecnologia e pesquisa e inovação.

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FONTE XXII Conferência de Segurança Internacional do Forte

Tópicos Relacionados: Política Ambiental, Notícias de Feiras Comerciais, Questões Ambientais, Política Externa/Assuntos Internacionais, Produtos e Serviços Ambientais, Ambiental, Social e Governança

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