Por Luciana Collet
São Paulo, 22/12/2025 – Após duas semanas consecutivas de retração, os preços futuros da energia voltaram a subir na plataforma de negociações do Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia (BBCE). Dentre os contratos mais negociados, altas superiores a 17%.
A maior alta, de 24,43%, foi observada na energia para fornecimento em março de 2026, que encerrou a última sexta-feira, 19, aos R$ 296,78 por megawatt-hora, ante os R$ 238,52 por MWh anotados no fechamento da semana anterior. O contrato para fevereiro de 2026 aumentou 22,31%, para R$ 185,01 por MWh, enquanto aquele para janeiro avançou 19,03%, para R$ 263,95 por MWh.
Os três contratos estão entre os mais negociados da plataforma entre os dias 15 e 19, com destaque para Janeiro de 2026, com 725 operações realizadas, movimentando 918 gigawatts-hora, ou R$ 221 milhões.
Ainda na lista de mais negociados também aparecem os contratos para suprimento no primeiro e no segundo trimestres do ano que vem, com valorização de 23,30% e 17,60%, respectivamente, para R$ 285,75 por MWh e R$ 269,00 por Mwh.
Chuvas irregulares
A alta no preço da energia para os próximos meses se deu em um momento em que o mercado observa um início do período úmido ruim, com chuvas irregulares, que levaram o nível dos reservatórios das hidrelétricas a patamares abaixo da média histórica para o período, principalmente no subsistema Sudeste/Centro-Oeste, que concentra a maior parte da capacidade de armazenamento de água para produzir energia.
A perspectiva, segundo a consultoria Thymos, é de um verão com chuvas mais elevadas no Centro-Oeste do País, mas irregulares por conta da influência do fenômeno La Niña. “A afluência deve contribuir para a recuperação dos reservatórios do Sistema Interligado Nacional (SIN). Porém, os preços de curto prazo devem permanecer mais elevados do que o observado em 2024”, disse a Thymos, em nota.
Contratos anuais
As negociações com contratos anuais também apresentaram movimento mais intenso na semana passada na plataforma da BBCE. As operações para suprimento durante todo ano de 2026 movimentaram 2.190 GWh, ou R$ 485 milhões, liderando as listas de ativos com maior giro financeiro e com maior volume energético. O preço desse contrato subiu 9,92% e encerrou a semana aos R$ 286,73 por MWh.
A energia para 2027 movimentou 607 GWh, com valorização de 5,67% para R$ 246,27 por MWh, enquanto o contrato para 2028 negociou 767 GWh, com alta de 4,22%, para R$ 228,90 por MWh.
Todos os contratos citados são para energia convencional com entrega no submercado Sudeste/Centro-Oeste.
*Colaborou Wiliam Miron
Contato: luciana.collet@estadao.com
