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17 de novembro de 2025
Por Gustavo Nicoletta
São Paulo, 17/11/2025 – O consenso das expectativas do mercado é de que a Selic recue para cerca de 12% ao final do ano que vem, mas esta perspectiva é “conservadora demais” e provavelmente a taxa básica de juros recuará mais neste intervalo, para a faixa de 11,25% ao ano, segundo análise da Capital Economics.
Em relatório, a consultoria diz que a Selic a 11,25% ao ano no final de 2026 “ainda deixaria a política monetária restritiva”, porque os juros reais estariam entre 7,5% e 8,0%, acima do nível neutro.
“Vale notar que o mercado já subestimou a escala dos cortes de juros no início de três dos últimos quatro ciclos de afrouxamento”, diz a Capital Economics no documento.
A consultoria afirma que um de seus modelos para acompanhar a trajetória da Selic e que tem sido um bom guia para o nível aproximado da taxa foi construído a partir do núcleo da inflação, da taxa de juros dos Estados Unidos, da taxa de câmbio e do prêmio de risco do Brasil – neste caso, medido pelo spread nas taxas de títulos soberanos denominados em dólar.
A consultoria, porém, diz que a relação do modelo com a trajetória da Selic foi rompida em meados de 2024, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou os juros enquanto o modelo sugeria que a taxa deveria ter ficado estável. A decisão coincidiu com receios sobre o cenário fiscal e a independência do Banco Central.
“Isto sugere que o Comitê de Política Monetária aumentou os juros agressivamente desde meados de 2024 não por causa de uma deterioração severa na dinâmica da inflação no curto prazo, mas para garantir sua credibilidade junto aos investidores e para conter as expectativas de inflação de longo prazo. Sob esta premissa, a Selic pode estar 400 pontos-base acima do nível justificável pela economia atualmente, pelo menos de acordo com a relação histórica com os dados macroeconômicos”, disse a Capital Economics no relatório.
A consultoria, porém, adverte que há motivos para o Banco Central manter a Selic em níveis altos e ser cauteloso no processo de corte dos juros. “O Brasil não superou seus problemas fiscais e de inflação. O déficit orçamentário do governo ainda está perto de 8% do Produto Interno Bruto (PIB) e a possibilidade de uma onda de gastos na eleição do ano que vem deve ser um risco na mente do Banco Central. E a inflação está bem acima da meta de 3% (4,7% em outubro)”.
Contato: gustavo.nicoletta@estadao.com
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