Por Paula Ferreira, do Estadão
Brasília, 30/10/2025 – O desmatamento na Amazônia e no Cerrado caiu pelo segundo ano seguido. Dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes) apontam queda de cerca de 11% em ambos os biomas entre agosto de 2024 e julho de 2025.
Apesar da tendência de baixa, o ritmo de redução desacelerou.
A Amazônia perdeu 5.796 km² de floresta no período, menor área suprimida em dez anos e 11,08% inferior à do ciclo anterior (6.518 km²). No Cerrado, 7.235,27 km² foram derrubados, recuo de 11,49% ante 8.174 km² em 2023-2024.
Entre 2022 e 2025, deixaram de ser desmatados 1,3 milhão de hectares na Amazônia e 564,3 mil hectares no Cerrado. Com isso, o País evitou a emissão de 733,9 milhões de toneladas de CO2 – volume equivalente ao total liberado por França e Espanha em 2022.
Compromisso até 2030
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o compromisso de zerar o desmatamento até 2030. Nas próximas semanas, o Brasil recebe a 30ª Conferência das Nações Unidas Sobre Mudança Climática (COP-30), em Belém, no Pará.
Somados os dois biomas, o País reduziu o desmate em 11,3%. Os dados compõem o principal trunfo do Brasil nas negociações climáticas em Belém.
Dos nove Estados da Amazônia Legal, apenas o Mato Grosso registrou alta (25%). Tocantins teve a maior queda (62,5%), seguido por Amapá (48,1%) e Roraima (37,3%). O Pará, ainda o maior desmatador do bioma, cortou 12,4%.
No Cerrado, o Maranhão liderou a derrubada, com 2.006 km² suprimidos.
