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Café: Brasil se torna signatário de declaração em defesa da prorrogação da EUDR, diz CNC

24 de outubro de 2025

São Paulo, 24/10/2025 – O Brasil se tornou signatário da declaração conjunta dos países produtores de café que solicita à União Europeia (UE) a prorrogação do prazo de implementação do Regulamento da UE para Produtos Livres de Desmatamento (EUDR). Medida nesse sentido foi formalizada, na semana passada, durante reunião do Conselho Internacional da Organização Internacional do Café (OIC), ocorrida em San Pedro Sula, Honduras, informou o Conselho Nacional do Café (CNC), em comunicado.

Segundo o manifesto, os países produtores vêm desenvolvendo plataformas nacionais de conformidade e rastreabilidade para o atendimento das exigências europeias. “No entanto, essas iniciativas encontram-se em diferentes estágios de implementação e demandam mais tempo para consolidação, integração e validação dos dados geoespaciais e socioambientais”, explicou o CNC.

Os signatários alertam que a ausência de uma transição equilibrada pode causar impactos significativos na comercialização do café, criando barreiras logísticas e burocráticas que comprometeriam o abastecimento do produto na União Europeia.

Além da prorrogação, o manifesto também propõe simplificar e desburocratizar os procedimentos de conformidade, tornando-os mais claros e acessíveis, especialmente para pequenos e médios produtores, e solicita definições mais precisas sobre a forma de verificação – se será conduzida individualmente por cada país-membro, de modo conjunto com os produtores, ou de forma centralizada no bloco europeu.

“O objetivo não é adiar a sustentabilidade, mas garantir que ela seja implementada de forma justa, técnica e eficaz, sem excluir produtores e mantendo o fluxo comercial estável. O Brasil e os demais países produtores estão comprometidos com o combate ao desmatamento e com práticas agrícolas responsáveis”, destaca o documento.

O presidente do CNC, Silas Brasileiro, ressaltou em nota que o Brasil está plenamente preparado e apto a atender às exigências da EUDR, sendo exemplo de responsabilidade ambiental, social e de governança setorial. “Temos cooperativas associadas ao CNC que já exportaram cerca de 1 milhão de sacas de café atendendo integralmente às exigências da legislação europeia. Entretanto, o País foi solidário aos demais produtores que ainda não contam com a mesma estrutura técnica e institucional que temos, com Denominações de Origem (DO), Indicações de Procedência (IP) e Indicações Geográficas (IG) que garantem a transparência da produção. Essa prorrogação permitirá que todos avancem juntos e que o café continue sendo símbolo de sustentabilidade e união entre as nações produtoras”.

(Equipe AE)

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