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7 de outubro de 2025
Argus: Brasil compra menos combustíveis e fertilizantes da Rússia em setembro
Por Gabriela da Cunha
Rio, 07/10/2025 – As compras brasileiras de diesel russo recuaram em setembro, refletindo a nova preocupação dos importadores com a escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia, aponta a consultoria de preços Argus. Em relação aos embarques russos de fertilizantes, a retração mensal foi de 23%, mantendo o arrefecimento visto em agosto.
Os embarques de fertilizantes da Rússia alcançaram 8,98 milhões de toneladas entre janeiro e setembro, com pico em julho (1,15 milhão de t). Em setembro, as importações caíram para 888 mil toneladas, revela levantamento baseado em dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC) divulgado na segunda-feira.
O cloreto de potássio (MOP) segue como carro-chefe, respondendo por 5,50 milhões de toneladas (61% do total). Ainda assim, a participação desse produto diminuiu de 74% em maio para 41% em setembro. “Nesse momento em que o Brasil já se prepara para a Safra 25/26, a atenção é para a importação dos nitrogenados”, pontua Renata Cadarelli, especialista em Agricultura e Fertilizantes da Argus. “Em nitrogenados, especialmente cloreto de potássio, a demanda é constante, em especial de produto do Canadá, da Rússia e da Bielorrússia”, acrescenta.
O volume de nitrato de amônio saltou de 11,9 mil toneladas em janeiro para 161,4 mil toneladas em setembro (+1.252%), enquanto a ureia quase quadruplicou no mesmo período, chegando a 180,9 mil toneladas.
“Apesar de a Rússia ter participação relevante na fabricação de ureia, esse é um mercado muito mais pulverizado. Mas a tendência é que o Brasil siga comprando o fertilizante russo, dada a dificuldade dos importadores em suprir a demanda com outras origens”, explica Cadarelli.
Atualmente, quase 100% da ureia usada pela agricultura brasileira é importada, totalizando cerca de 7 milhões de t/ano. Agentes do mercado monitoram as compras da Índia – supridas pela China – e a redução da produção interna de ureia nos Estados Unidos, fatores que podem elevar a demanda a partir do 1º trimestre de 2026.
No segmento fosfatado, o fosfato monoamônico (MAP) somou 1,13 milhão de toneladas no ano, mas perdeu fôlego: caiu 74% do pico de abril (164 mil) a setembro (43 mil). O mix também mudou: formulados como NPK atingiram recorde de 123 mil toneladas em setembro (+111% sobre janeiro), sugerindo ajuste à demanda por adubos de maior valor agregado.
Considerando todos os parceiros comerciais, a importação de adubos ou fertilizantes químicos (excluindo materiais naturais ou minimamente processados) totalizou 4,3 milhões de toneladas em setembro, avanço mensal de 63,5% e queda de 6,5% na comparação anual.
Diesel
Marcos Mortari, especialista em combustíveis da Argus, diz que grandes distribuidores brasileiros tratavam a segunda quinzena de setembro como marco para a “retomada à normalidade” dos fluxos de derivados russos. Foram, em média, 840,671 m³ de desembarques de diesel russo por mês até julho, passando para 665,771 m³ em agosto – o equivalente a 51% do volume total desembarcado no mês.
“Eles apostavam que a conclusão de algumas manutenções programadas em refinarias locais e um arrefecimento na demanda sazonal da Turquia contribuiriam para retomar o protagonismo das cargas russas nas importações brasileiras.”
No entanto, depois que mais de dez refinarias russas foram alvo de ataques de drones ucranianos desde agosto, os operadores viram as ofertas de diesel russo praticamente desaparecer e os preços dos volumes remanescentes se aproximarem ainda mais dos níveis ofertados por refinadores de outras origens.
Contato: gabriela.cunha@estadao.com
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