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25 de setembro de 2025
Por Luciana Collet
São Paulo, 23/09/2025 – A empresa de geração distribuída com biogás CHP Brasil inicia um novo momento, com o encerramento da participação da gestora de venture capital KPTL na empresa e a chegada do Grupo WLM, distribuidora oficial da marca de motores e veículos automotores Scania.
Como noticiou anteriormente o Broadcast Energia, Grupo WLM negociava a compra de 35% das ações ordinárias da CHP Brasil detidas pelo Fundo de Inovação em Meio Ambiente (Fima) cujo principal cotista é o BNDESPar. Esse fundo, gerido pela KPTL, está em período de encerramento, após 13 anos de operação.
Conforme o sócio da KPTL, Bruno Profeta, o movimento de saída do fundo reflete a lógica natural do venture capital: investir em soluções inovadoras, apoiar a fase de validação e, no momento certo, abrir espaço para novos parceiros estratégicos. “Encerramos um ciclo criando um novo ciclo para a empresa que faz sentido para quem fica e que segue o caminho de desenvolvimento”, disse ele ao Broadcast.
Para o sócio e diretor executivo da CHP, Fábio França, a WLM dará “musculatura industrial” e “capilaridade” para as soluções da empresa, favorecendo a aceleração do crescimento. De um lado, a expectativa é que a força de vendas do grupo, com sua rede de concessionárias espalhada por cinco estados do País, possa apoiar a expansão do negócio tanto pelo lado da comercialização de soluções de geração de eletricidade com biogás, como no pós-venda, com serviços de manutenção dos equipamentos.
Paralelamente, a gestão da CHP avalia potencial para ampliar seu portfólio de soluções para além da energia elétrica, explorando a transformação do biogás em biometano para uso em frotas de veículos.
“Tem muita sinergia [entre CHP e WLM], porque o principal produto do gerador a gás é com a motorização Scania”, disse França. “O relacionamento que eles têm com a Scania com certeza vai contribuir para o nosso negócio também”, completou.
Hoje a CHP acumula 80 megawatts (MW) de geradores comercializados. Embora tenha equipamentos já testados em diversos nichos de mercado, atualmente a CHP considera o agronegócio o segmento de maior viabilidade, tendo em vista características como a existência de matéria orgânica abundante – usualmente considerada um passivo ambiental – e a localização remota de muitas fazendas, o que traz desafios ao suprimento elétrico confiável por parte das distribuidoras de energia.
Além de buscar novos clientes no Brasil, a CHP também pretende ampliar suas exportações. Desde 2021 a empresa comercializa equipamentos para outros países, como a Nicarágua e a Colômbia, onde já tem 30 equipamentos em operação. Fábio França identifica potencial tanto para expandir as vendas para esses destinos como para buscar outros mercados. “A América Latina de uma forma geral tem muita sinergia por demanda de energia renovável, combustível alternativo, e presença do gás natural, assim como biogás”, disse.
Outra oportunidade no radar da empresa é uma potencial participação no leilão de reserva de capacidade previsto para o primeiro semestre do ano que vem. Se viabilizada, representará um salto para a empresa, que hoje opera soluções de pequeno porte junto aos consumidores e passaria a desenvolver uma geração da ordem de 50 MW para atendimento do sistema interligado nacional. “A gente consegue criar competitividade [para o leilão] porque nossos equipamentos são nacionais, tem 70% a 80% de nacionalização, o custo de operação é baixo perante equipamentos importados, que estão atrelados ao câmbio, e o nosso gerador tem despacho rápido”, afirmou França, referindo-se a uma característica importante para o certame.
Para o executivo, a saída do Fima e da KPTL corresponde ao fim de um ciclo que classificou como fundamental para que a empresa pudesse desenvolver melhor seu produto, validar a solução e fazer as mudanças necessárias no modelo de negócios.
A CHP recebeu aporte de R$ 7,5 milhões do Fima, em três parcelas, a partir de 2016, quando então deu início a uma reestruturação que permitiu se reposicionar e ampliar as vendas. “O caso da CHP exemplifica bem qual era a tese do fundo, que foi pensado pelo BNDES como política pública, para fomentar o desenvolvimento de tecnologias brasileiras que tivessem um impacto ambiental positivo”, disse Profeta.
A despeito da finalização do Fima, o executivo da KPTL afirma que a gestora segue atenta a iniciativas ligadas à mudanças climáticas. “Se você quer investir em tecnologia no Brasil de longo prazo, como a gente pensa e está acostumado e sabe fazer, não dá pra não olhar pra isso; tem outras teses, mas essa é uma que é inescapável na nossa opinião”, comentou.
Contato: Luciana.collet@estadao.com
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