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Fazenda diz que Brasil não quer lista de exceções e que tarifas dos EUA têm de ser revertidas

24 de setembro de 2025

Por Flávia Said

Brasília, 24/09/2025 – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a ideia na conversa sinalizada pelo governo dos Estados Unidos com o governo brasileiro é “primeiro separar política da economia”. “Porque nós temos enormes possibilidades de parceria”, disse o ministro após participar do Congresso de Direito Tributário do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP) na noite de terça-feira.

O ministro citou parcerias possíveis no âmbito de transformação ecológica, aproveitamento de minerais críticos e terras raras para reindustrialização do Brasil, com apoio de outros países. “Nós temos muitos termos de acordo que já estavam em processo [com os EUA] e que podem ser retomados se as coisas voltarem à normalidade”.

Ele afirmou que as tratativas com o governo anterior, de Joe Biden, estavam no campo basicamente de transformação produtiva, envolvendo energias limpas, minerais raros e biocombustíveis, por exemplo. “Agora é outro governo, nós não tivemos a oportunidade ainda de ouvi-los sobre a visão que eles têm de cooperação”.

Sobre a lista de exceções, Haddad disse que a defesa que faz não é tirar produtos brasileiros, como o café, da lista, mas não ter lista. “Nós não queremos lista nenhuma. Não tem razão. A América do Sul não deve ser tarifada”, defendeu.

“Em algum momento isso [tarifas dos EUA] tem que ser revertido”, prosseguiu. “Tem que retomar o diálogo institucional normal entre dois países amigos há dois séculos”.

Durante a participação no Congresso, Haddad ainda disse que Lula tem conduzido uma repactuação nacional. “Eu vejo também na figura do presidente Lula, uma pessoa que tem articulado uma repactuação nacional. O Brasil não tem nenhum governador como inimigo, nenhum”, defendeu.

Ele ainda fez referência aos protestos realizados em todo o País no último domingo, contra a anistia e a chamada PEC da Blindagem. “Eu penso que esse espírito de reconstrução, mirando o futuro está ganhando ruas, essa é a minha opinião. Eu penso no domingo a gente viu isso, um País que quer recuperar sua autoestima, sua dignidade, olhar para a frente, não abre mão de princípios importantes, a começar pela ética, pela democracia e pela soberania”, disse. “Eu penso que as pessoas estão com saudade do Brasil. Eu, pelo menos, estou com saudade do Brasil que pensa grande, que olha para frente e que sonha alto”, finalizou.

Contato: flavia.said@broadcast.com.br

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