Por Geovani Bucci
São Paulo, 22/09/2025 – O governador do Paraná e pré-candidato à Presidência da República, Ratinho Jr. (PSD), afirmou nesta segunda-feira, 22, que as lideranças que estão “tocando o Brasil de forma organizada e planejada” são os governadores estaduais. Segundo ele, os Estados estão cada vez mais autossuficientes e menos dependentes do governo federal.
“O Brasil vive hoje a melhor safra de governadores. Possivelmente, uma das melhores nos últimos 30, 40 anos”, disse Ratinho. “Penso que o próximo presidente que vier a ser, se ele tiver a capacidade de destravar o Brasil, vai conseguir ter avanço muito grande no desenvolvimento econômico.”
PIB ‘dobrado’
O paranaense destacou ainda que seu Estado deve encerrar seu mandato de oito anos com o Produto Interno Bruto (PIB) dobrado. Ele lembrou que, em 2018, o PIB era de R$ 440 bilhões e que, em 2024, chegou a R$ 719 bilhões. Apenas no primeiro semestre de 2025, o valor somou R$ 403 bilhões – equivalente ao PIB de todo o ano de 2016. Segundo ele, com crescimento de 6,1% no período, apontado pelo Banco Central (BC), a economia deve se aproximar de R$ 800 bilhões em 2025. Ratinho acrescentou que, em quase sete anos, o Paraná atraiu mais de R$ 330 bilhões em investimentos privados.
O governador também ressaltou que o Estado reduziu o índice de Gini, indicador que mede a desigualdade de renda, e atingiu a menor taxa de desemprego da última década, de 3,3%. A previsão é de queda para 2% até dezembro. Ele avaliou que se trata de um “bom problema”, já que há mais vagas de emprego abertas do que trabalhadores disponíveis. Ratinho citou que, em uma segunda-feira qualquer, as agências do trabalhador do Paraná oferecem ao menos 25 mil oportunidades, o que tem levado o Estado a receber migrantes de outras regiões do Brasil e até imigrantes de países como Cuba e Venezuela.
Entre os programas destacados, ele citou a criação do primeiro Fiagro do País, um mecanismo que permite ao setor privado se autofinanciar. O modelo começou com um fundo lançado na Bolsa de Valores e já soma 15 estruturas ativas no Paraná. Segundo o governador, o Estado entra com parte do capital para reduzir os juros, mas a gestão é integralmente privada. Os recursos só podem ser destinados a investimentos em biogás, energia solar e eólica, irrigação, avicultura, suinocultura e novas indústrias. O aporte inicial de R$ 2 bilhões, disse Ratinho, deve se multiplicar por cinco ou sete vezes, alcançando entre R$ 10 bilhões e R$ 14 bilhões para o agronegócio.
Ratinho Jr. acrescentou que o Paraná possui hoje a maior poupança pública do Brasil, em torno de R$ 35 bilhões, dos quais R$ 15 bilhões estão livres para investimento. Ele ressaltou que “nenhum outro Estado dispõe de volume proporcional semelhante” e classificou a situação como uma “dívida negativa”. Isso porque, com dívida estimada entre R$ 24 bilhões e R$ 25 bilhões, o Paraná teria condições de quitá-la integralmente e ainda manter R$ 7 bilhões em caixa para investimentos.
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