Por Aramis Merki II
São Paulo, 19/09/2025 – O Portal de Compras Públicas, startup que conecta empresas e entes públicos, atingiu a marca de R$ 450 bilhões movimentados em sua plataforma desde 2016. Dado o grau de maturidade no mercado brasileiro, a empresa dá os primeiros passos em direção a sua internacionalização. Segundo o CEO e fundador Leonardo Ladeira, a empresa atualmente traça sua estratégia para os próximos dois anos e estuda avançar para países da União Europeia e vizinhos da América Latina.
Em 2020, a empresa chegou a prospectar a expansão para Portugal e Alemanha, mas os planos arrefeceram. “Em 2020 vimos o potencial de internacionalizar a nossa operação. Mas com mudanças regulatórias no Brasil, o Portal teve que trazer o foco do time de volta ao território nacional”, diz Ladeira. Para o ano que vem, o plano é retornar para a estratégia de avançar além da fronteira.
O executivo indica que as regras de licitações na Europa são parecidas entre os países, o que facilita para entrar em várias jurisdições. O desafio são os diversos idiomas – é preciso estar “traduzido” e com equipe de suporte para até 19 idiomas. Já na América Latina temos apenas o espanhol, mas o conjunto de regras em cada lugar tem mais diferenças entre si.
Marketplace
A startup pode ser definida como um marketplace de licitações. A lógica é invertida em relação aos aplicativos que vendem produtos ao varejo: são prefeituras, governos, consórcios públicos que anunciam seus contratos de compras – e os fornecedores se cadastram na plataforma para pesquisar licitações de todo o Brasil. Este modelo de serviço se enquadra no que é chamado de govtech, que são startups que desenvolvem soluções tecnológicas voltadas para a gestão pública.
O modelo de negócio não cobra nada dos entes públicos e nem tem taxas proporcionais aos contratos oferecidos. A mensalidade mais cara cobrada é de R$ 155, segundo o CEO, e bem menos de 10% da base de usuários é pagante. O Portal tem cadastrados mais de 600 mil empresas e mais de quatro mil órgãos públicos.
A empresa recebeu investimento da gestora Cedro Capital em 2019. O ciclo do fundo dentro da startup está chegando ao fim, e já há mandato para buscar o desinvestimento, aponta Ladeira. Sobre estar buscando novas captações de venture capital, o executivo diz que a resposta no momento é não.
Ladeira diz que o Portal está no “varejo” das licitações brasileiras – o valor médio dos contratos é de R$ 50 mil. Há os contratos bilionários, mas a grande maioria são processos pequenos. Tem espaço até mesmo para quem é Microempreendedor Individual (MEI), aponta o executivo.
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