Por Vinícius Novais
São Paulo, 15/09/2025 – A restauração de uma governança sólida na Vivara, com maior sinergia entre o conselho de administração (CA) e a diretoria, e a aposta na expansão da marca Life animaram analistas que acompanham o papel. Eles participaram na sexta-feira, 12, de um almoço com o CEO, Icaro Borrello, o CFO, Elias Leal Lima, os conselheiros Marina Kaufman e Paulo Kruglensky e a equipe de relações com investidores da empresa.
Trata-se do primeiro encontro com analistas desde que Marina Kaufman foi escolhida presidente do conselho de administração da companhia, em julho. Ela substituiu o pai, Nelson Kaufman, acionista de referência e fundador da Vivara. Paulo Kruglensky, que trabalhou 17 anos na joalheria e ocupou as cadeiras de COO e CEO, assumiu a vice-presidência do CA.
Para o Itaú BBA, a renovação do conselho trouxe mais autonomia aos diretores, graças às reuniões semanais e trimestrais das comissões temáticas, que contam com especialistas em digital, shopping centers e cadeia de suprimentos. O Bradesco BBI definiu a nova estrutura como mais enxuta, porém mais ativa, e com maior clareza e confiança operacional. A XP ressalta uma governança muito mais estruturada, com executivos próximos do negócio para fornecer orientação estratégica, enquanto a diretoria foca na execução.
A expansão da joalheria apoia-se principalmente em unidades da marca Life. A diretoria, segundo relatos dos analistas, vê potencial para mais que dobrar o número atual de lojas Life apenas em shoppings e prepara um projeto-piloto de unidades de rua, o que ampliaria significativamente o ritmo de aberturas. Além disso, prevê-se novos lançamentos para a marca.
O BBI recorda que o intervalo médio de preços entre Vivara e Life deve permanecer estável, com os produtos da segunda marca custando, em média, quatro vezes menos. Manter esse diferencial é considerado essencial para enfrentar pressões de custo de commodities.
Para o BBA, internacionalmente, o avanço depende da comprovação de repetibilidade: o piloto no Panamá é considerado encorajador, mas só ganhará escala quando a operação estiver estável. No almoço, a companhia admitiu erros nos estoques, com níveis de inventário acima do ideal, o que, aliás, inibe novos aportes em matéria-prima no segundo semestre de 2025.
O BTG Pactual acredita nas iniciativas de maior penetração de subcategorias premium, como as linhas de prata-ouro, diamantes de laboratório e relógios. O banco também vê melhoras na logística: a intensificação do centro de distribuição do Espírito Santo deve gerar ganhos de eficiência.
A XP destaca a prioridade da Vivara para eficiência operacional. A corretora afirma que, embora a empresa esteja contratando novos executivos, não há planos para mudanças significativas nos níveis de despesas administrativas.
Por fim, o Safra ressalta a retenção de talentos à qual a Vivara se propõe, após mudanças importantes na liderança nos últimos 18 meses.
Nesta segunda-feira, 15, as ações da Vivara operam com leve ganho na B3, cotadas a R$ 28,70 (+0,24%) às 15h15.
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