Plataformas Broadcast
Soluções de Dados e Conteúdos
Broadcast OTC
Plataforma para negociação de ativos
Broadcast Data Feed
APIs para integração de conteúdos e dados
Broadcast Ticker
Cotações e headlines de notícias
Broadcast Widgets
Componentes para conteúdos e funcionalidades
Broadcast Wallboard
Conteúdos e dados para displays e telas
Broadcast Curadoria
Curadoria de conteúdos noticiosos
Broadcast Quant
Plataformas Broadcast
Soluções de Dados e Conteúdos
Soluções de Tecnologia
11 de setembro de 2025
Por Fabiano Lana*, colunista do Estadão
Brasília, 11/09/2025 – O político que por décadas celebrou regimes de força e golpes de Estado foi condenado por tramar algo pelo qual, publicamente, já desejou para o Brasil: uma ditadura. Vai para a galeria de ex-mandatários de nosso continente que já foram encarcerados. Em companhia, por exemplo, do seu arqui-inimigo, o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Não há nada a comemorar. É quase uma constatação de que se passam os séculos, as décadas, e não conseguimos amadurecer institucionalmente. Que não conseguimos aceitar as regras do jogo, nem mesmo o jogo.
A condenação de Bolsonaro será para sempre controversa. Só um Deus onipotente tem acesso a todas as verdades do mundo. Porém, algo é inegável: a punição faz sentido. A depender do ângulo como vemos os fatos que se revelaram, o ex-presidente liderou, sim, uma organização criminosa com a intenção de abolir nosso Estado de direito. Foi o que decidiu a nossa Justiça, goste-se ou não.
Em todo seu mandato, Bolsonaro esteve obcecado em desmoralizar o sistema de votação brasileiro. Instigou multidões a se insurgirem contra autoridades constituídas. Nunca trabalhou para pacificar o País. Sempre jogou em colocar brasileiros contra os brasileiros (Ok, Lula e o PT sempre fizeram o mesmo, mas que fique a lição das consequências disso).
Aparentemente, num passe além do que já aprontou o petismo, o capitão reformado convidou os comandantes das Forças Armadas a apoiar um estado de sítio fajuto, na verdade, um golpe – por não aceitar o resultado das eleições. Por isso, foi condenado. O ato final do processo que envolve Bolsonaro, as depredações do 8/1, foi a catarse de uma multidão que esperava essa quebra institucional que nunca ocorreu.
Apesar de tudo, milhões seguem venerando o seu líder condenado por golpismo. Sentem que está em curso uma enorme injusta perpetrada por uma união entre forças de esquerda, com o Supremo Tribunal Federal, com os órgãos tradicionais de imprensa, com a intelectualidade, com funcionários públicos que sugam o Estado e até com artistas. O voto derrotado de Luiz Fux foi didático no sentido de representar essas pessoas que se opõem ao que ocorreu esta semana.
Certos ou errados, não estaria na hora de tentar diminuir a fervura social? O primeiro passo deveria ser do Supremo Tribunal Federal. Cabe ao ministro Alexandre de Moraes finalizar seus inquéritos que ajudam a deixar o País em estado de eterna tensão. Caberia às forças agora vencedoras não tripudiarem. Até porque a roda da história gira.
*Fabiano Lana é formado em Comunicação Social pela UFMG e em Filosofia pela UnB, onde também tem mestrado na área. Foi repórter do Jornal do Brasil, entre outros veículos. Atua como consultor de comunicação. É autor do livro “Brasil acima da lucidez”, em que discute a política, a história, a cultura e a sociedade brasileira.
Veja também