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11 de setembro de 2025
Por Bruna Camargo
São Paulo, 11/09/2025 – Há diferença entre investir no mercado de ações, na busca por empresas com potencial de valorização e no mercado de crédito privado, onde a prioridade é selecionar empresas mais sólidas e com histórico de pagamento. Mas, no crédito, há ainda a escolha entre os segmentos high grade e high yield. A Aegon, que tem no high yield sua maior estratégia, assume riscos maiores em busca de melhores prêmios (spreads), e tem claro: o objetivo é comprar um bom título corporativo, não necessariamente um bom negócio. E é essa a ideia que executivos da casa vieram proliferar no Brasil durante a última semana.
“Não tentamos encontrar as melhores economias. Não tentamos sequer encontrar as melhores empresas. O que fazemos é procurar empresas que mais provavelmente vão nos pagar de volta”, afirmou Mark Benbow, portfolio manager da Aegon Asset Management, em entrevista à Broadcast durante sua passagem por São Paulo. “Preferimos comprar um bond bom do que encontrar um bom negócio, pois bons negócios não necessariamente fazem bons bonds.”
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Mark Benbow, portfolio manager da Aegon Asset Management
Ao lado de Mark Johnson, managing director e responsável por Parcerias Estratégicas na Aegon, o executivo tem conversado com investidores brasileiros nos últimos dias para apresentar tanto o mercado high yield no âmbito global, que representa um volume de aproximadamente US$ 2,2 trilhões e cerca de 3,5 mil bonds, quanto a estratégia da casa em si, que já bateu os US$ 5 bilhões e tem um portfólio com algo entre 100 e 150 nomes, e exposição de 60% na América do Norte, 20% na Europa e 20% em mercados emergentes.
Segundo Benbow, a Europa tem representado uma oportunidade interessante, pois é uma economia mais voltada ao estilo “Cachinhos Dourados, nem tão quente nem tão fria”. “Uma economia em baixo crescimento é um ambiente ideal para comprar títulos high yield. As empresas europeias ainda estão bem, mesmo que não tão bem e crescendo tão rápido quanto as americanas. Mas nestas não há prêmio extra nos bonds, que é fixo, e sim no equity, por conta do upside (potencial de valorização)”, observa o gestor.
A maior parte do processo de análise é bottom-up, pois como o investimento high yield é mais arriscado, o entendimento sobre a companhia e a convicção para emprestar dinheiro para ela se sobrepõe a maiores considerações sobre o cenário macroeconômico, segundo Benbow. “Podemos falar sobre quais serão as políticas do [presidente Donald] Trump ou para onde vão as taxas de juros, mas a duration na classe de high yield é mais curta, então essas tendências macro não têm um grande impacto nos preços. Claro que podem afetar a empresa no longo prazo, mas nos importamos mais com os bonds. Se eles vencem em dois anos, é até onde olhamos”, explica o gestor.
Benbow reconhece que sempre há novidades com as quais se preocupar no cenário mais amplo e que o futuro é incerto, mas a prioridade tem sido dialogar sobre as possibilidades e procurar bonds de companhias mais imunes a políticas governamentais ou de bancos centrais. “Estamos focados na sobrevivência das empresas para as quais emprestamos dinheiro, na ideia de que uma política em particular não vai ‘descarrilhar’ o negócio”, diz. Ele acrescenta que isso não significa que o portfólio não pode conter empresas que vão se beneficiar de algo. “Queremos a certeza de retorno. Nos bonds somos pagos pelo cupom, não pela alta da ação.”
O Global High Yield Bond chegou ao Brasil há seis meses como o fundo feeder Global Credit, da MAG Investimentos, gestora criada por uma joint venture da Aegon com a Mongeral. Lá fora, a estratégia dobrou de volume em menos de um ano e, em agosto, ultrapassou os US$ 5 bilhões de ativos sob gestão (AuM, na sigla em inglês). Benbow adianta que o veículo ainda não atingiu seu capacity, mas que está atento a isso para que o crescimento não penalize o portfólio adiante.
Contato: bruna.camargo@estadao.com
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