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10 de setembro de 2025
Por Leandro Silveira
São Paulo, 10/09/2025 – O Brasil exportou 3,144 milhões de sacas de 60 kg de café em agosto de 2025, queda de 17,5% em relação às 3,813 milhões de sacas registradas no igual mês do ano passado, segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Apesar da retração no volume, a receita cambial avançou 12,7% no período, para US$ 1,109 bilhão.
A redução nos embarques já era esperada, afirmou o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, diante do patamar recorde de exportações em 2024 e da menor oferta da atual safra. “Os fundamentos já são favoráveis para a alta há algumas safras, com oferta e demanda muito ajustadas ou mesmo com déficit de oferta, devido a adversidades climáticas nos principais produtores, em especial no Brasil”, explicou, em nota.
Ferreira destacou ainda o impacto do “tarifaço” dos Estados Unidos, que elevou a volatilidade dos preços do café no mercado internacional. “O tarifaço desordenou o mercado e deu abertura para movimentos especulativos”, disse. Ele lembrou que, entre 7 de agosto, data da entrada em vigor da taxação, e o fim do mês, o café arábica disparou 29,7% na Bolsa de Nova York, passando de US$ 2,978 por libra-peso para US$ 3,861 por libra-peso.
Acumulado do ano
De janeiro a agosto, o Brasil embarcou 25,323 milhões de sacas, queda de 20,9% em relação a igual período de 2024. Apesar disso, a receita cambial no acumulado do ano atingiu recorde de US$ 9,668 bilhões. “O cenário, tanto em agosto, quanto no acumulado do ano, não é tão distinto, com a queda no volume já esperada, bem como maiores ingressos de divisas ao caixa do Brasil devido a maiores cotações internacionais, impulsionadas pelo equilíbrio entre oferta e demanda há anos e, agora, potencializadas pelo tarifaço”, afirmou Ferreira.
Tipos de café e logística
O café arábica segue como o principal produto exportado, com 20,209 milhões de sacas nos oito primeiros meses do ano, o equivalente a 79,8% do total. O canéfora (conilon + robusta) respondeu por 2,570 milhões de sacas (10,1%), enquanto o solúvel somou 2,508 milhões de sacas (9,9%). Já o setor de café torrado e torrado e moído exportou 36.700 sacas (0,1%).
O Porto de Santos manteve a liderança, responsável por 80,2% dos embarques no período (20,310 milhões de sacas). O complexo portuário do Rio de Janeiro ficou em segundo lugar, com 15,8% (4,010 milhões de sacas), seguido pelo Porto de Paranaguá (PR), que exportou 245.100 sacas (1%).
EUA perdem liderança
Os Estados Unidos perderam, em agosto, o posto de maior importador de café brasileiro, reflexo do tarifaço de 50% imposto pelo governo de Donald Trump sobre o produto. Segundo dados do Cecafé, os americanos importaram 301 mil sacas no mês passado, queda de 46% em relação a agosto de 2024 e de 26% ante julho deste ano. A Alemanha assumiu a liderança com 414 mil sacas importadas.
O impacto do tarifaço, segundo o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, tende a dificultar as exportações brasileiras aos EUA e a elevar os preços para o consumidor norte-americano. “Se o tarifaço persistir, além de as exportações de café do Brasil seguirem inviáveis aos EUA, os consumidores americanos também enfrentarão preços onerosos para degustar sua bebida favorita”, avaliou.
No acumulado dos oito primeiros meses de 2025, contudo, os EUA permanecem como principal destino do café brasileiro, com 4,028 milhões de sacas, representando 15,9% dos embarques totais, embora haja retração de 20,8% ante igual período de 2024. Entre os cinco maiores compradores do País, aparecem ainda Alemanha (3,071 milhões de sacas, -32,9%), Itália (1,981 milhão, -23,6%), Japão (1,671 milhão, +15,6%) e Bélgica (1,517 milhão, -48,3%).
No segmento de cafés diferenciados – que inclui produtos com certificação de práticas sustentáveis ou de qualidade superior -, o Brasil exportou 5,1 milhões de sacas nos oito primeiros meses de 2025, representando 20,1% do total, embora tenha havido queda de 9,3% ante igual período de 2024. A receita cambial, porém, atingiu US$ 2,178 bilhões, um aumento de 54,2% frente ao ano anterior, com preço médio de US$ 427,05 por saca.
Neste segmento, os Estados Unidos continuam como líderes, com 893.651 sacas importadas (17,5% do total de cafés diferenciados), seguidos de Alemanha (656.585 sacas), Bélgica (579.954), Holanda (428.540) e Itália (332.700).
Contato: leandro.silveira@estadao.com
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