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Abiec/Perosa: foco está na Ásia, onde há aumento populacional e demanda pela carne bovina

9 de setembro de 2025

Por Flávia Said

Brasília, 09/09/2025 – O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa, afirmou que o foco do setor está na Ásia, em virtude do aumento populacional dos países daquele continente e da demanda pela carne bovina.

Ele destacou que o “grande receio” dos Estados Unidos é o Brasil ter autorização para enviar miúdos para a Ásia, onde há demanda por esses cortes do boi. “É essa a estratégia da indústria bovina brasileira, que é vender os cortes nobres que nós consumimos aqui no mercado interno, todo mundo tem acesso a carne que nós culturalmente gostamos de comer, e os excedentes e as carnes que nós não temos o hábito de comer, a gente vende para os países que tem esse costume”, explicou ele.

“Quanto mais possibilidades de venda de miúdos para a Ásia, mais agregação de valor a gente consegue fazer”, prosseguiu, dizendo não ser possível estimar o valor do mercado. Perosa falou com jornalistas há pouco, para apresentar dados do setor e mostrar perspectivas.

União Europeia

O presidente da Abiec disse que a União Europeia (UE) é um mercado relevante para a carne brasileira, mas atrás dos mercados asiáticos. “Está ali entre os top 5 do Brasil, mas muito distante das demandas asiáticas”.

Segundo Perosa, o acordo do Mercosul com a UE, que o governo brasileiro pretende assinar ainda este ano, é importante, mas prevê para o Brasil uma cota com tarifação menor de cerca de 40 mil toneladas. Ele explicou que o setor de carnes brasileiro já exporta para a União Europeia cerca de 80 mil toneladas por ano. “O que a gente pode deduzir disso? Que não vai aumentar o mercado para a União Europeia, mas que pode criar uma possibilidade de ter uma maior rentabilidade nessa primeira metade inicial, vamos dizer”.

O presidente da associação argumentou que o comércio com a União Europeia envolve outras questões, em especial os quesitos sanitários e as questões ambientais. Ele disse que essas duas variáveis, somadas à implementação ou não do acordo, vão definir se o mercado europeu será ou não importante para a carne brasileira no ano que vem.

“É importante o acordo, cria novas oportunidades de uma primeira metade ser vendida a uma tarifação menor, mas não é o que vai mudar a realidade do nosso setor”, completou.

Contato: flavia.said@estadao.com

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