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9 de setembro de 2025
Por Gabriel Hirabahasi, Lavínia Kaucz e Pepita Ortega
Brasília, 09/09/2025 – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, disse nesta terça-feira, 9, que o ex-presidente Jair Bolsonaro “deu sequência” ao que chamou de “estratégia golpista” de descredibilizar o sistema eletrônico de votação e a Justiça Eleitoral, com o objetivo de “garantir a manutenção de seu grupo político no poder, independentemente do resultado das eleições”.
De acordo com o ministro, Bolsonaro deixou claro, em vários discursos, que “jamais aceitaria uma derrota nas urnas”. Mencionou uma fala do ex-presidente em que ele rejeita a possibilidade de ser preso. “‘Só saio preso, morto ou com a vitória. Quero dizer aos canalhas que nunca serei preso’, disse Bolsonaro”, relatou Moraes.
Moraes, então, afirmou: “O líder do grupo criminoso deixa claro aqui, de viva voz, de forma pública, para toda a sociedade, que jamais aceitaria uma derrota nas urnas, uma derrota democrática, que jamais aceitaria ou cumpriria a vontade popular”.
O ministro disse que essa estratégia se iniciou com uma live transmitida em julho de 2021 pelo ex-presidente com o discurso que se tornou rotineiro no entorno bolsonarista: questionamento sobre a legitimidade das urnas eletrônicas e insistência em um discurso de fraude no resultado das eleições. Afirmou, ainda, que essas “mentiras criminosas feitas na live imediatamente eram massivamente disseminadas pelas milícias digitais”.
“O réu Jair Bolsonaro deu sequência nesses atos executórios, insistindo na vulnerabilidade das urnas, ausência de legitimidade da Justiça Eleitoral, fraude nas eleições. A partir desta live, se verifica, o que é muito importante, a utilização de um mecanismo usado pelo gabinete do ódio, denominado milícias digitais. A live era realizada para imediatamente, a partir de um complexo de financiamento, produção e divulgação, com utilização de inúmeros robôs, divulgar essa desinformação de forma massiva para atentar contra os Poderes constituídos”, disse.
Segundo Moraes, Bolsonaro “deu sequência a essa estratégia golpista estruturada pela organização criminosa sob sua liderança para já colocar em dúvida o resultado das futuras eleições, sempre com a finalidade de obstruir o funcionamento da Justiça Eleitoral, atentar contra o Poder Judiciário e garantir a manutenção de seu grupo político no poder, independentemente do resultado das eleições”.
O ministro citou um discurso do ex-presidente em que ele diz que, nas vezes em que as Forças Armadas não atenderam a pedidos do povo, houve perda de liberdades.
“No Brasil, todas as vezes que as Forças Armadas acolheram o chamamento de um grupo político que se diz representante do povo, nós tivemos um golpe, um Estado de exceção, uma ditadura. Aqui, já mostrava claramente o andamento dos atos executórios do golpe de Estado”, afirmou.
O relator do processo contra Bolsonaro e seus aliados reforçou que o discurso propagado pelo ex-presidente contra as urnas eletrônicas e no sentido de incentivar as Forças Armadas a aderir a essa narrativa foi o mesmo adotado por bolsonaristas que invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília em 8 de janeiro de 2023, pedindo uma intervenção militar para retirar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva do poder.
Contatos: lavinia.kaucz@estadao.com; pepita.ortega@estadao.com; gabriel.hirabahasi@estadao.com
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