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30/11/2017 16:40

Na instalação "300 gramas" Regis Ribeiro mostra trabalho que combina as linguagens da xilogravura, monotipia, escultura e bricolagem


São Paulo--(DINO - 30 nov, 2017) - "300 gramas", de Regis Ribeiro, é uma vertiginosa instalação, ou site specific, constituída pela combinação das linguagens da xilogravura, monotipia, escultura e bricolagem. Neste jogo semântico, imagens em profusão se propagam, concebidas a partir de obras únicas, gravadas por meio de um procedimento artesanal, que encontram seus múltiplos graças à reprodutibilidade técnica industrial, suscitando a reflexão acerca do fazer manual, sua potencialidade expressiva, assim como seus desdobramentos.

Corações estampados sobre páginas de livros antigos, garimpados em sebos ou doados generosamente, imprimem a simbólica das emoções que envolvem os que ocupam a urbes, tantas vezes cenário na banalidade e dos contatos fugidios. O livro, objeto de conhecimento - e por que não objeto de arte? -, consolida o que Umberto Eco chamou de "memória vegetal", construindo significados luminosos, revelando temporalidades, reminiscências e ruídos.

Cerne da obra, o conjunto escultórico intitula-se "300 gramas", referindo-se ao peso aproximado de um coração humano adulto. Os corações em concreto materializam "corpos" levitando no espaço. Pensado como um símbolo universal, visceral, em sua materialidade bruta, o órgão vital coloca em questão a densidade, o toque, os afetos e desafetos.

A obra evoca os ritmos de cada pulsação, como uma sinfonia dos sentidos, das presenças, das experiências e dos instantes esgotados sistematicamente no frenesi do cotidiano urbano, nos espaços espontâneos, impregnados pelos acúmulos de vida, emoções, anseios, leituras, interpretações, vitórias, ilusões, desilusões, superações.

A problemática dos procedimentos, neste processo de mitose imagética, é o argumento do artista que convida a reflexão essencial: "cada um é único, e o conjunto dessas unicidades forma o coletivo, integrado, onde todos somos um só".

Regis Ribeiro nasceu em São Caetano do Sul, onde vive e trabalha atualmente. Graduado em Artes Visuais pela Faculdade Paulista de Artes, atua como artista plástico e arte-educador. Sua produção artística abrange os universos da colagem, pintura, gravura e tridimensionalidade. Participou em 2016 do 44º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto e 15º Salão de Arte Contemporânea de Guarulhos, além de outras exposições coletivas. Possui obras no acervo do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MAC-RS) e no acervo da Casa da Xilogravura, em Campos do Jordão.

"300 gramas" permanece em exibição na Área de Convivência do Sesc São Caetano (R. Piauí, 554 - Santa Paula - São Caetano do Sul) até 22 de dezembro, de segunda a sexta-feira, das 9h às 21h30, e aos sábados, das 9h às 17h30.


Website: https://www.facebook.com/ribeiroregis

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