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26/02/2019 17:58

PIB pode crescer 2,3% em 2019, mas recuperação do consumo ainda é lenta


São Paulo--(DINO - 26 fev, 2019) -
O Brasil deve fechar 2019 registrando um crescimento de 2,3% do PIB e mantendo a inflação controlada na casa dos 3,8%, segundo projeções do economista chefe do banco Safra S/A, Carlos Kawall. O especialista, que já foi secretário do Tesouro Nacional e diretor de Mercado de capitais do BNDES, apresentou os dados durante o seminário “Cenários Prováveis para o Brasil em 2019/2020” realizado pela Associação Nacional de Restaurantes (ANR) na quarta-feira, 20, em São Paulo.

Mesmo com os números sinalizando uma melhora na situação econômica do país – que deve ainda manter os juros na casa dos 6,5% –, Kawall fez uma ressalva ao revelar preocupação no nível de atividade para o curto prazo. Ao se referir à alimentação fora do lar, ele disse que a recuperação do consumo das famílias ainda é lenta, o que acaba impactando o setor. Outro ponto delicado para o economista é a reforma da Previdência. “Dependendo do texto que for aprovado, podemos voltar a crescer ou cair em uma nova recessão pior do que a que passamos recentemente”, declarou.

O presidente da ANR, Cristiano Melles, diz que o setor está confiante na reforma, que deve impactar positivamente a economia do país caso aprovada. “Nos últimos anos, acompanhamos as previsões pré-impeachment, pré-eleições em 2018 e, agora, a iminência da reforma previdenciária que tem uma importância enorme. Passamos momentos bem difíceis, mas com o otimismo voltando, temos boas perspectivas para o esse cenário que deve se desenrolar neste biênio”, afirmou.

A nova cara da política

Quem também esteve presente no evento foi o jornalista e especialista em monitoramento digital, Manoel Fernandes. Ele trouxe para o debate as mudanças no cenário político do país após a eleição de um presidente popular nas redes. Segundo Fernandes, Jair Bolsonaro é hoje o terceiro líder político mais seguido no mundo, perdendo apenas para o presidente americano, Donald Trump, e para o presidente da Índia, Ram Nath Kovind.

“O destaque de Bolsonaro nas redes continua o mesmo após a eleição. Ele conseguiu se transformar em uma marca elevando a atenção para o seu nome, aumentando a interação com o público e convertendo essas pessoas em seus seguidores. Isso mudou a natureza da política no Brasil e esse novo governo vai usar as mídias sociais para pressionar o Congresso”, afirmou.

Fernandes reforçou que outros políticos estão também descobrindo a força da internet para se aproximar cada vez mais da população. Acompanhando a movimentação nas redes, ele trouxe ainda um cenário inicial sobre a reforma da Previdência até o momento, destacando que o projeto já tem hoje cerca de 180 votos favoráveis. Enquanto tramita no Congresso, o Governo ainda deve conquistar mais 128 votos para a aprovação.

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