Por Eduardo Gayer
São Paulo, 27/09/2021 - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira que remédio para a inflação não pode ser apenas aumentar a taxa de juros. Em entrevista à Jovem Pan, o chefe do Planalto disse ainda que conversa uma vez por semana com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. "Remédio para combater a inflação não pode ser apenas aumentar taxa de juros. Se não, qualquer um poderia ocupar o Banco Central. Agora, ele sabe o que tem que fazer. Eu tenho extrema confiança no Roberto Campos Neto", declarou Bolsonaro na entrevista.
Na quarta-feira passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic em um ponto porcentual, a 6,25%, no quinto aumento consecutivo, na tentativa de conter a inflação, e indicou um novo aumento, de mesma magnitude, na reunião de outubro. Já na última sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou alta de 1,14% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) de setembro. No acumulado, o indicador de inflação registrou aumento de 7,02% no ano.
Ainda na entrevista, Bolsonaro afirmou que o ritmo de tramitação das reformas está "muito bom" na Câmara, mas "mais devagar" no Senado. A fala vem em meio à resistência de senadores para aprovar as mudanças no imposto de renda, que podem ajudar a custear o novo Auxílio Brasil.
O chefe do Executivo também reconheceu que mudou de postura no tema das privatizações. "Eu era completamente estatizante, era minha formação militar. Depois, eu vi que não dá certo", afirmou o presidente, ressaltando, porém, que para ele algumas empresas, como a Caixa Econômica Federal, deveriam seguir nas mãos do governo.
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