Política
07/01/2020 13:46

Abraham Weintraub: Sai o kit gay e entra a leitura em família


Por: Emilly Behnke

Brasília, 07/01/2020 - O ministro Abraham Weintraub, da Educação, enalteceu o trabalho desempenhado pela Pasta no ano passado durante reunião com o presidente Jair Bolsonaro nesta terça-feira (7). Ele citou, em especial, o programa do governo "Conta para mim" lançado em dezembro, que incentiva a leitura no ambiente familiar. "(O programa) busca justamente valorizar o papel da família com as crianças pequenas nesses primeiros momentos. Sai o kit gay e entra a leitura em família", disse o ministro no encontro transmitido ao vivo do Palácio do Planalto.

O "kit gay" mencionado por Weintraub é o "Escola sem Homofobia", material que chegou a ser discutido dentro do Ministério da Educação, em 2011, mas que teve produção e distribuição vetadas pela então presidente da República, Dilma Rousseff. Durante a reunião, foi exibido vídeo de balanço da atuação do MEC em 2019. Das ações destacadas, Bolsonaro comentou o fim do uso de livros didáticos considerados por ele "péssimos" e uma "vergonha". O ministro assegurou que a Pasta deu uma "boa limpada" no material oferecido nas escolas. "Já saiu muita porcaria, mas ainda vai (sair) alguns (livros) que a gente não gosta", disse Weintraub.

A questão da ideologia de gênero, mencionada com frequência durante a campanha de Bolsonaro, também foi destaque na conversa. Para o presidente, o tema não deve ser tratado pelo Ministério da Educação. "Uma parte do eleitorado se simpatizou comigo na pré-campanha e na campanha, tendo em vista a educação. Eu não vi discussão sobre ideologia de gênero. Isso, no meu entender não é para ser discutido lá (no Ministério). O pai quer que o filho seja homem, que a filha seja mulher; coisa óbvia, né", disse o presidente.

A fala foi apoiada por Weintraub, que acrescentou: "Quem educa é a família, a escola ensina. A gente ensina a ler, a escrever, ensina o ofício. A gente espera que a família eduque as crianças". O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) do ano passado "sem polêmicas" também foi elogiado pelo presidente na reunião. Ele retomou as críticas à prova anterior, que mencionava a "linguagem secreta dos gays" e questionou a contribuição do tema para os estudantes: "eu não consigo entender o que contribuía uma redação com esse tema?", questionou o presidente.

A reunião ocorreu em meio a rumores da possível saída de Weintraub do governo. Bolsonaro, contudo, apenas elogiou a atuação do ministro e citou a gestão de Ricardo Vélez, que esteve à frente do Ministério da Educação até abril de 2019, como um "início conturbado". Sem citar diretamente o nome de Vélez, Bolsonaro afirmou que apesar de "bem intencionado" faltou "malícia" da parte do ex-ministro para "algumas funções que tinham que ser mudadas".

contato: emilly.behnke@estadao.com
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