Política
15/07/2020 09:27

Flávio Bolsonaro lucra no YouTube e tem contrato assinado com empresa de aliado


Por Daniel Weterman

Brasília, 14/07/2020 - Filho do presidente Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) também monetiza com vídeos em seu canal no Youtube, tendo lucro com as publicações. A gestão do canal é feita desde 2018 pela empresa MK, cujo dono é o senador Arolde de Oliveira (PSD-RJ), aliado do Palácio do Planalto. Flávio Bolsonaro não respondeu sobre a origem dos recursos aplicados.

A MK, por sua vez, afirmou que é responsável pela gestão tecnológica de canais no YouTube - sem responder sobre a página de Flávio - e não produz nenhum tipo de conteúdo para publicação. Em vídeo publicado nas redes sociais em 2018, é possível ver Flávio e Arolde assinando o contrato de gestão e destacando que a comunicação no futuro será "horizontal", ou seja, feita diretamente entre políticos e a população.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Fake News, em funcionamento no Congresso, identificou 2 milhões de anúncios publicitários do governo federal em canais que apresentam "conteúdo inadequado". Um deles foi o canal do senador Flávio Bolsonaro, que teria veiculado os anúncios e ao mesmo tempo lucrado com a monetização na plataforma.

Pelo menos outros quatro senadores também lucraram com vídeos na plataforma durante o mandato: Jorge Kajuru (Cidadania-GO), Alvaro Dias (Podemos-PR), Marcos do Val (Podemos-ES) e Arolde de Oliveira (PSD-RJ). Esses, no entanto, não declararam usar dinheiro do Senado para operacionalizar os canais.

O senador Arolde de Oliveira relatou que "a conta é operada somente por mim de forma orgânica" e que seu canal no YouTube começou a participar de monetização a partir de 18 de setembro de 2019, quando já estava no mandato, tendo U$ 78,93 desde que iniciou a operação. Por meio da assessoria, ele se negou a comentar o contrato de sua empresa com Flávio Bolsonaro

Marcos do Val afirmou que 14 vídeos publicados em seu canal a partir de 2019, quando assumiu o mandato no Senado, foram monetizados e geraram uma receita de US$ 12,68. O parlamentar alegou que ele próprio administra sua conta no YouTube e nunca utilizou recursos da cota parlamentar ou dinheiro público para pagar serviços relacionados ao canal.

Também com registros de monetização no YouTube, Alvaro Dias não respondeu à reportagem.

Contato: daniel.weterman@estadao.com
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