Por Fernanda Nunes
Rio, 21/04/2020 - Com a queda abrupta do preço do petróleo nos últimos dias, a indústria nacional poderá anunciar novos cortes de produção, segundo a presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (IBP), Clarissa Lins. Ela diz que o Brasil está inserido num cenário global e que deve seguir a tendência de redução de ritmo, investimento e custos dos demais países.
No dia primeiro deste mês, a Petrobras, maior produtora nacional, informou a redução de 200 mil barris por dia (bpd), o que significa quase 10% do que extrai no conjunto dos seus campos. Ainda não há informação de cortes feitos pelas outras companhias atuantes no Brasil. Apenas a norueguesa Equinor informou a suspensão do seu principal projeto, o de Peregrino, na Bacia de Campos, mas por razões operacionais.
Segundo a presidente do IBP, que reúne as grandes petroleiras operadoras no País, o momento é de cautela e de as empresas avaliarem os projetos economicamente viáveis ou não neste momento, em que o barril do óleo do tipo brent, negociado em Londres, fechou o pregão valendo menos de US$ 20.
"As empresas estão com menor geração de caixa e capacidade de financiamento. É inevitável que estudem seus projetos para definir os que ficam", disse Lins ao Broadcast.
Ela avalia também que o governo brasileiro acertou ao suspender a agenda de leilões de áreas exploratórias e de pré-sal previstos para este ano. "Seria um desperdício diante de tanta incerteza e falta de recursos", argumentou.
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