Por Pedro Caramuru
São Paulo, 12/02/2021 - Os assuntos nesta semana que mais influenciaram a percepção do brasileiro sobre o governo Jair Bolsonaro foram as discussões a respeito do auxílio emergencial, a preocupação de avanço da inflação e o risco de desemprego, segundo mostra levantamento realizado pelo banco Modalmais e a consultoria AP Exata. Novas cepas do coronavírus e o protagonismo da Câmara na agenda política também movimentaram a aprovação digital do governo.
O levantamento, realizado pela análise de sentimentos baseada em redes neurais artificiais, sugere que houve uma variação negativa da percepção da imagem do governo, que foi apontado, em média, como ruim ou péssimo por 37,2% dos internautas e como bom ou ótimo por 34,6%. Os que avaliam como regular somam 28,1%, nesta semana. Na última pesquisa, de 5 de fevereiro, classificações ruins e péssimas, somavam 36,9%, avaliações boas ou ótimas ficaram em 35,3% e regulares em 27,8%.
Após o anúncio, nesta quinta-feira (11), de que seria retomado o auxílio emergencial em março, as menções positivas ao presidente saltaram oito pontos percentuais, de 38% para 46%. Apesar de terem recuado nesta sexta-feira, os comentários positivos se mantiveram em torno de 40%. Ainda é incerta a forma de financiamento do benefício, o que levanta preocupações sobre eventual irresponsabilidade fiscal.
Já a cobrança do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) para que o ministro da Economia, Paulo Guedes, apresentasse uma solução de financiamento urgente para o programa impulsionou a narrativa de que o governo está nas mãos do Centrão.
Dos temas econômicos, usuários reclamam do aumento do preço de bens essenciais e, em comparação, estagnação dos salários. Falta de emprego também é tema recorrente nas conversações nas redes.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, termina a semana mais enfraquecido, com usuários especulando que o Centrão poderá pleitear o cargo, assim que o ministro for exposto por uma eventual CPI da Covid.
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