Política
14/05/2020 08:58

Exclusivo: Governo elabora linha de R$ 500 mi para pequenas e médias na aviação, diz secretário


Por Amanda Pupo

Brasília, 14/05/2020 - O Ministério da Infraestrutura elabora junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) uma linha de crédito de, a princípio, R$ 500 milhões para auxiliar negócios de médio e pequeno porte do setor de aviação, principalmente as empresas de serviços auxiliares e as regionais.

A ideia é utilizar os recursos do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac), para que ele possa funcionar como um garantidor desses empréstimos e, no limite, como fonte de financiamento. O secretário nacional de Aviação Civil, Ronei Saggioro Glanzmann, afirmou ao Broadcast que a proposta deve sair do Ministério da Infraestrutura ainda nesta semana. Em seguida, será analisada pelo Ministério da Economia.

"Como vamos utilizar recursos do Fnac, depende de autorização da Economia", observou o secretário. Segundo ele, a linha tem potencial de auxiliar negócios que sustentam quase 40 mil empregos diretos no setor, que são as empresas de serviços auxiliares. Além disso, companhias de aviação regional também poderiam acessar esse crédito, que é voltado a folha de pagamentos.

Após o aval do Ministério da Economia, a iniciativa de crédito se somará ao financiamento negociado para as grandes companhias aéreas, Gol, Latam e Azul, que devem ter à disposição uma linha de R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões para cada.

De acordo com Glanzmann, o ministério trabalha para que a linha para pequenas e médias saia ainda no mês de maio. Na proposta atual, empresas com receita operacional bruta de R$ 10 milhões a R$ 750 milhões por ano poderão tomar o empréstimo.

Aprovada, a iniciativa deve ser oficializada por Medida Provisória e decreto, explicou o secretário. Para ele, a linha é de extrema importância porque vai ajudar na manutenção de milhares de empregos. "São empregos do 'chão da fábrica'. É fundamental. Não podemos esquecer dessas pequenas. Se não liberarmos crédito para eles, vai todo mundo para rua", alertou.

Grandes

Já o empréstimo para as grandes companhias, em negociação há semanas, está caminhando, disse Glanzmann. "Não é algo trivial", afirmou. Ele pontuou que as empresas ainda negociam com os bancos a questão da diluição dos acionistas, que, no momento, é projetada para algo em torno de 20%. "Até o momento, bancos estão trabalhando com esse porcentual de 20%. Mas o setor ainda vê como bastante alto", comentou. A proposta é desenhada pelo sindicato de bancos, com a liderança do Bradesco.

Segundo o secretário, o modelo será por emissão de debêntures simples não conversível juntamente ao bônus de subscrição - ponto que gera a maior polêmica em razão da diluição de capital da companhia. Para Glanzmann, "não tem nenhum vilão na história". Se, por um lado, o secretário entende a posição das aéreas em razão do porcentual de diluição, ele também pontua que a operação não é fácil para quem empresta, em razão dos riscos envolvidos. "As incertezas são muito grandes. Para os bancos também não é uma tarefa fácil", disse o secretário.

contato: amanda.pupo@estadao.com
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