Política
17/08/2022 13:17

Eleições 2022/Carvalho Teixeira: Efeito do novo Auxílio Brasil foi nulo para Bolsonaro


Por Elizabeth Lopes

São Paulo, 17/08/2022 - Três pesquisas eleitorais foram realizadas após o pagamento do auxilio emergencial, no dia 09 de agosto, que foi reajustado de R$ 400 para R$ 600. Apesar da expectativa da campanha do presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), de que isso poderia aumentar sua vantagem nas pesquisas de intenção de voto, a realidade vem mostrando o oposto. "O efeito para a campanha de Bolsonaro foi praticamente nulo", destaca o cientista político e professor da FGV Marco Antonio Carvalho Teixeira.
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De acordo com Carvalho Teixeira, na pesquisa Genial/Quaest, divulgada antes do pagamento do Auxílio Brasil de R$ 600, Bolsonaro tinha 32% das intenções de voto no primeiro turno e o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva 44%. Na posterior, divulgada na manhã de hoje, Bolsonaro aparece com 33% das intenções no primeiro turno e Lula com 45%. "Portanto, mantendo os mesmos 12 pp de distância."

Na análise da pesquisa FSB/BTG anterior ao auxilio de R$ 600, uma mostra realizada por telefone, publicada no dia 8 de agosto, Bolsonaro tinha 34% e Lula 41% das intenções de voto no primeiro turno, uma diferença de 7 pp. Na pesquisa seguinte do mesmo instituto, publicada no dia 15 de agosto, portanto, já com o reajuste no benefício, Lula foi a 45% das intenções de voto no primeiro turno e Bolsonaro manteve os mesmos 34%, com a diferença entre o dois subindo para 11 pp. E na pesquisa IPEC (antigo Ibope), sem comparação com anteriores, divulgada na segunda-feira, dia 15, a diferença também está na casa dos 12 pp, com Lula pontuando 44% das intenções de voto no primeiro turno, contra 32% do atual mandatário.

Segundo o cientista político, essas pesquisas apontam para duas questões. "A primeira é que os números indicam um limite estreito entre ter e não ter segundo turno, pois apenas 1 ou 2 pp estão definindo essa possibilidade. A segunda é que sem o efeito esperado do auxilio emergencial turbinado, resta à campanha de Bolsonaro aquilo que já se esperava: a radicalização e o apelo ao fundamentalismo religioso e o fortalecimento da narrativa, já em curso, da disputa do bem contra o mal, algo degradante para a democracia, a tolerância, a diversidade e o debate público", destaca.

Carvalho Teixeira diz ainda que "lembrando aos que só acreditam em pesquisas que dão resultados que lhes são favoráveis, as duas primeiras (Genial/Quaest e FSB/BTG) são feitas para o mercado financeiro (Genial Investimentos e BTG) e a IPEC é realizada pelo grupo que comandava o antigo Ibope, com longuíssima experiência, para a TV Globo. E todas elas já apresentaram cenários mais voláteis também".

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