Política
19/10/2018 17:10

Witzel desmente relação com advogado condenado por ajudar fuga de traficante


Rio, 19/10/2018 - O candidato a governador do Rio Wilson Witzel (PSC) voltou a negar nesta sexta-feira, 19, que tenha relações próximas com o advogado Luiz Carlos Cavalcanti Azenha, condenado por esconder um traficante no porta-malas do carro e oferecer suborno a policiais, sete anos atrás. Witzel refutou informações da revista Veja, que reproduziu uma troca de mensagens de WhatsApp entre os dois em que ele disse a Azenha: "Você me representa". O advogado afirmou que ele foi um dos coordenadores da campanha no começo do processo eleitoral, o que Witzel também desmente.

Ex-juiz federal, o candidato do PSC lidera as pesquisas de intenção de voto na corrida do Rio e sua relação com Azenha vem sendo explorada pelo seu adversário, o ex-prefeito da capital Eduardo Paes (DEM), que era o favorito no primeiro turno. Segundo a Veja, Azenha - ex-advogado de Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha, que já foi um dos maiores traficantes de drogas do Rio, e que o ajudou a fugir de cerco policial em 2011 - se filiou ao PSC na mesma época de Witzel. Seu desejo era ser deputado (ele não chegou a concorrer).

À Veja, Azenha contou que pedia doações e organizava almoços e jantares para Witzel quando ele ainda era um candidato desconhecido, e solicitava votos em diferentes municípios do Estado. Numa troca de mensagens, o ex-juiz convidou-o para ir à sua casa ("Quando quiser, venha"). Eles têm fotos juntos, com as respectivas mulheres.

Após a divulgação do relacionamento entre os dois, de acordo com Azenha, ele foi bloqueado por Witzel no WhatsApp. Foi alertado para ficar "quieto"; assim, receberia um cargo num eventual governo do ex-juiz. Witzel sustenta que o advogado é apenas um ex-aluno (ele é professor de direito) e que nunca lhe prometeu cargo.

No debate de quarta-feira, 17, realizado pelo jornal O Globo, Paes atacou Witzel reiteradamente quanto às suas companhias, citando Azenha. "Eu ando com um monte de gente estranha na política, mas sou obrigado a conviver com esses personagens. No caso dele (Witzel), são as escolhas que ele fez", afirmou o ex-prefeito. O ex-juiz, por sua vez, acusou-o de ter "presidiários de estimação", referindo-se aos antigos aliados de Paes Sérgio Cabral (MDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ex-governador e o ex-presidente estão presos pela Lava Jato.

Nesta sexta-feira, a campanha de Witzel divulgou nota que diz que o candidato "jamais negou que conhecia ou que tenha estado com o advogado Azenha, que foi seu aluno, assim como com um incontável número de advogados criminais, cuja atuação em defesa de todo e qualquer cidadão deve ser respeitada"; "reafirma que Azenha nunca teve participação na campanha"; "filiou-se ao partido na mesma data" de Azenha (2/3/2018), "assim como mais de 200 outras pessoas". O comunicado diz também que depois da filiação o candidato "teve conversas políticas com todos esses pré-candidatos".

O texto termina apontando que "a distorção desses fatos só interessa" a Paes e "ao seu grupo político" e que se Witzel for eleito "não restará um só contrato sem ser investigado". O candidato promete "passar o Rio de Janeiro a limpo" e libertar "o Estado desse grupo político que o domina há muitos anos, em prejuízo da população." (Roberta Pennafort)
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