Rio, 12/06/2018 - O economista-chefe do Itaú, Mário Mesquita, avalia que os juros nominais brasileiros são altos porque a meta de inflação é alta. Ele participa do painel sobre cenário econômico do seminário "Políticas de Investimentos", promovido pelos quatro maiores fundos de pensão do país - Petros, Previ, Funcef e Valia.
"O juro nominal é alto porque a meta de inflação é alta. Se a gente quer juro real baixo, meta de inflação tem que ser baixa. Está em 4,5% e deveria almejar 3% ao ano", disse Mesquita.
Mesquita ainda defendeu uma reforma da Previdência que atinja todos os trabalhadores, tema que dividiu os debatedores. "Reforma da previdência endereçada a quem ainda vai entrar no mercado de trabalho não resolve o problema. Sem isso, não vamos escapar da mediocridade", afirmou Mesquita, destacando o impacto desse cenário nas perspectivas de crescimento do País. "Para um país que não enriqueceu, ter um crescimento potencial menor que o dos estados Unidos é muito ruim" completou.
Para o diretor de pesquisa macro da América Latina da Oxford Economics, Marcos Casarin, essas reformas são feitas em etapas em todos os países e não será diferente no Brasil. "A solução para o problema fiscal será 'band-aid'. No mundo todo, reformas da previdência são feitas em etapas. No Brasil, vai ser da mesma maneira. Politicamente não existe ambiente para uma reforma mais ampla como a que foi proposta pelo (economista) Fábio Giambiagi", disse. (Renata Batista e Renata Agostini)