Economia & Mercados
04/09/2020 19:54

Especial: Após venda de ações da Suzano, BNDES terá reduzido sua certeira em R$ 42 bi


Por Fernanda Guimarães

São Paulo, 04/09/2020 - Dando tração ao processo de enxugamento de sua carteira de renda variável, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) terá vendido mais de R$ 42 bilhões em ações de empresas de seu portfólio após a oferta, que já está sendo estruturada, da fabricante de celulose Suzano. A venda da sua fatia de 11% pode render aos cofres do banco de fomento, já nas próximas semanas, cerca de R$ 7 bilhões, marcando a saída de uma de suas maiores posições.

E os planos para o ano são ainda maiores. Para o curto prazo está na lista, ainda, a venda das ações da Klabin, por exemplo, além das ações preferenciais da Petrobras, que ainda precisam recuperar o preço visto no pré-pandemia. Há um mês, o BNDES também capitaneou o maior leilão em bolsa da história da América Latina, com o "block trade" de parte de suas ações da mineradora Vale, uma operação que girou R$ 8,1 bilhões. A instituição financeira, a partir de novembro, terá disponível ainda mais ações da Vale para venda, após o fim do acordo de acionistas da empresa.

O diretor de privatizações do banco de fomento, Leonardo Cabral, disse, em entrevista recente ao Broadcast, que não há pressa para tais vendas e que a decisão, assim como a ordem dos desinvestimentos, será tomada de acordo com o preço dos ativos. "O BNDES sempre avalia várias hipóteses, e no caso da Vale o mercado se mostrou confortável para uma venda em leilão", disse na ocasião.

Ainda neste ano, o banco fez em uma oferta de ações a venda de suas ações ordinárias da Petrobras, a maior transação deste ano no mercado acionário, de R$ 22 bilhões. Vendeu ainda sua fatia na AES Tietê para a AES Corp, ou seja, em uma clássica operação de M&A - fusões e aquisições, do inglês. No fim do ano passado foi outra oferta de ações que marcou a sua saída do capital do frigorífico Marfrig.

Ainda na lista para desinvestimento está sua participação polêmica na JBS. A operação estava sendo conduzida no início do ano, mas foi atropelada com a chegada da pandemia. Essa, contudo, pode ser que fique para 2021. E há prazo. No cronograma do banco está vender tais ações da carteira até o fim de 2022.

Para a oferta da Suzano, o BNDES acaba de contratar o sindicato de bancos que coordenará a oferta, prevista para acontecer dentro das próximas semanas. O JPMorgan será o coordenador líder da oferta e trabalhará ao lado do Bank of America, o Itaú BBA, o Bradesco BBI e a XP Investimentos.

Contato: fernanda.guimaraes@estadao.com
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