Por Denise Luna e Fernanda Nunes
Rio, 23/2/2022 - A Petrobras apresentou lucro recorde em 2021, de R$ 106,7 bilhões, o que garante uma farta distribuição de dividendos para os acionistas. Mas o preço do petróleo, cuja alta vem ganhando patamares cada vez maiores com a crise entre a Rússia e a Ucrânia, podem trazer em 2022 um impasse para a empresa. Por um lado agrada aos acionistas, mas, por outro, exige aumentos mais intensos dos derivados no mercado interno, notícia que pode entrar em conflito com os planos de reeleição do presidente Jair Bolsonaro.
Disparada do barril. O barril do petróleo tem ensaiado tocar os US$ 100, mas o último aumento do diesel e da gasolina foi em 12 de janeiro, quando o petróleo ainda girava em torno dos US$ 80 o barril. O presidente da empresa, general Joaquim Silva e Luna, tem falado que os reajustes serão feitos quando houver uma mudança estrutural do preço, e não conjuntural e, com isso, tem protelado os aumentos de preço. Em contraponto, a única refinaria que a estatal conseguiu vender em 2021, a Rlam, na Bahia, tem reajustado os valores dos seus produtos com mais frequência.
Dólar . Com a queda do dólar, o preço no mercado interno tende a cair, mas a pressão para a queda do preço dos combustíveis deve perdurar ainda com força, principalmente, por parte do governo, que vem tentando encontrar uma maneira de diminuir o impacto dos preços na inflação.
Ativos . O prazo da Petrobras para venda de refinarias acordado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) já venceu, com a venda de apenas uma das oito unidades que precisa desinvestir. A expectativa é de que além do preço do petróleo, o caixa da companhia seja turbinado por outras vendas de ativos. Mas, também neste caso, a política de reajustes dos combustíveis está em xeque. Afinal de contas, quem coloca dinheiro numa atividade pode sofrer interferência do governo.
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