Economia & Mercados
05/02/2019 18:35

Câmbio: dólar fecha em queda após declarações do ministro Paulo Guedes


São Paulo, 05/02/2019 - O dólar teve um dia volátil hoje, em meio à menor liquidez, com os investidores acompanhando as discussões no governo sobre a reforma da Previdência e monitorando o cenário externo, que tem discurso de Donald Trump na noite de hoje. A moeda americana operou em alta hoje ante divisas de países desenvolvidos, mas de forma mista ante emergentes, caindo perante pares do real, como o peso mexicano e o rand sul-africano. Na parte da tarde, o dólar subia e passou a cair em meio a declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que o objetivo do governo é conseguir uma economia fiscal de ao menos R$ 1 trilhão com a reforma da Previdência. O dólar à vista fechou em queda de 0,15%, cotado em R$ 3,6644, próximo à mínima do dia. O dólar para março terminou estável, em R$ 3,6735 (-0,01%).

Guedes deu as declarações após se reunir com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para discutir a reforma da Previdência. Já o parlamentar declarou que o tamanho da base do governo no Congresso "ainda está em construção". "Hoje, sei que não tem 350 deputados, mas acho que governo consegue ter base para garantir aprovação da reforma da Previdência", disse a jornalistas, observando que o texto pode ser votado até maio.

Na avaliação do Continuum Economics, Pedro Tuesta, declarações de Maia logo após ser reeleito presidente da Câmara na noite de sexta-feira tinham incomodado o mercado. Mas os recentes acontecimentos e declarações dele e de Guedes foram positivas e sinalizam que o dólar pode se sustentar abaixo de R$ 3,70. "O otimismo dos investidores permanece forte", disse ele. A gestora inglesa Ashmore também chama atenção para "notícias positivas" do Brasil e cita o presidente da Câmara. "Maia apoia as reformas e é o presidente que decide que projetos vão ser votados", destacam em relatório, ressaltando que a intenção do governo de incluir militares na reforma também é um ponto importante.

Mais cedo, o dólar havia ficado pressionado com declarações do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, de que o texto final será "muito diferente" da proposta antecipada ontem pelo Broadcast. O vice-presidente Hamilton Mourão reforçou declaração dada ontem à noite de que Bolsonaro é contra o estabelecimento da mesma idade mínima de aposentadoria para homens e mulheres.

Com o exterior positivo hoje e os desdobramentos sobre a Previdência aqui, o Credit Default Swap (CDS) do Brasil, considerando os papéis de 5 anos, chegou pontualmente a cair para 159 pontos, o que não acontecia desde março do 2018, mas era negociado a 161 pontos no início da noite de hoje, segundo cotações da IHS Markit. (Altamiro Silva Junior - altamiro.junior@estadao.com)
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