Economia & Mercados
04/01/2022 16:10

Morgan Stanley vê Nubank lucrando US$ 4 bi até 2026 e recomenda compra da ação


Por Altamiro Silva Junior

São Paulo, 04/01/2022 - O Morgan Stanley vê o Nubank com potencial de construir a "maior e mais lucrativa" franquia bancária da América Latina, com crescimento acelerado das receitas e do lucro, que pode chegar a US$ 4 bilhões até 2026. Com essa visão, os analistas do banco americano iniciaram a cobertura da fintech com recomendação "overweight" para a ação, ou seja, exposição acima da média do mercado nos papéis do banco digital. O preço-alvo é de US$ 16 em 12 meses, potencial de valorização de 60% em relação ao que é negociado hoje.

A análise do Morgan vem junto com outras duas visões bastante positivas do Nubank divulgadas neste começo de 2022, do Goldman Sachs e do UBS. Todas com recomendação de compra para ação. O Morgan tem o maior preço-alvo, seguido pelo Goldman, com US$ 15, e o UBS com US$ 12,50.

"O Nubank é um das maiores plataformas de banco digital do mundo e com crescimento mais rápido", afirmam os analistas do Morgan, destacando que a marca é valiosa e a venda de produtos adicionais aos 48 milhões de clientes do banco pode fazer a operação crescer de forma significativa.

As receitas do Nubank devem dar um salto nos próximos anos, na previsão dos analistas do Morgan, Jorge Kuri, Jorge Echevarria e Felipe Martinuzzo. O crescimento deve ser de 97% este ano, 54% em 2023 e 58% em 2024. Um ritmo de crescimento composto ao ano de 68%, o mais acelerado entre todas as maiores instituições financeiras que o Morgan cobre na América Latina.

O banco digital, que ainda não dá lucro, deve ter seu primeiro resultado anual positivo este ano, na previsão do Morgan Stanley. A estimativa é de lucro líquido ajustado de US$ 56 milhões este ano e US$ 4,076 bilhões até 2026. Nos próximos três anos, o Nubank pode chegar a 100 milhões de clientes, prevê o Morgan, estimativa similar a do Goldman.

Há quatro áreas de expansão para o Nubank, na previsão do Morgan: expansão geográfica; espaço para oferecer mais produtos bancários; espaço para distribuir produtos não financeiros e crescimento via fusões e aquisições. "O Nubank está no estágio inicial de sua expansão internacional", ressalta o banco americano. A fintech opera no Brasil, México e Colômbia.

"O Nubank será um dos maiores e mais lucrativos bancos da América Latina", afirma o relatório. O modelo do banco digital é "altamente exportável" para outros países da região e o Morgan vê a fintech iniciando operações em mais "um ou dois" países latinos nos próximos 2 a 3 anos. Pelo caso do México, onde o banco iniciou operações há pouco menos de dois anos e já é um dos maiores emissores de cartões, é possível traçar uma sinalização positiva para outros países, observam os analistas.

Com esse ritmo de crescimento, o Morgan prevê que o retorno patrimonial ajustado do Nubank deve bater em 46% em 2026, mais que o dobro dos bancões tradicionais brasileiros.

Os indicadores atuais parecem sinalizar que o Nubank está caro, avaliado em US$ 43 bilhões. Mas a perspectiva de rápido crescimento deixam os papéis do bancos atrativos, segundo o Morgan. A ação do banco está acima dos múltiplos de outras fintechs da América Latina, mas em linha com as globais. Mas como o neobanco brasileiro deve ter expansão em ritmo mais acelerado que seus pares globais, sua ação deve ficar mais atrativa.

Contato: altamiro.junior@estadao.com
Para ver esta notícia sem o delay assine o Broadcast+ e veja todos os conteúdos em tempo real.

Copyright © 2024 - Todos os direitos reservados para o Grupo Estado.

As notícias e cotações deste site possuem delay de 15 minutos.
Termos de uso