Economia & Mercados
27/11/2020 10:28

Targus prevê crescer até 4 vezes com BR e atingir meta de ser maior do mercado


Por Denise Luna

Rio, 26/11/2020 - Com apenas três anos de vida e uma carteira que gira 400 megawatts-médios e faturamento de R$ 900 milhões em 2019, a comercializadora paulista Targus prevê dar um salto com a entrada da BR Distribuidora na empresa, anunciada nesta manhã. De acordo com um dos sócios da Targus, Heloy Rudge, a expectativa é multiplicar em três a quatro vezes o tamanho da companhia, e ficar mais perto de atingir a meta inicial de torná-la a maior comercializadora de energia do País.

A Targus começou a operar em 2017 com capital mínimo de R$ 1 milhão, exigido pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), e com 10 MWmédios em carteira. No início eram apenas três sócios - Rudge, Daniel Lima e Rodrigo Pelizzon -, e a empresa operava apenas com arbitragem do preço da energia. Mais tarde o quadro de sócios foi reforçado por Thiago Natacci, Bruno Beloti e William Akamatsu, e eles começaram a fazer operações mais complexas, que agora ganham ainda mais respaldo.

"A BR potencializa de forma relevante a nossa capacidade financeira, nossa capilaridade comercial, e a força que a marca BR tem no mercado é algo que não dá para desprezar. Esse conjunto de fatores fez com que a gente olhasse a BR como um parceiro que a gente quer ter no longuíssimo prazo, para potencializar o negócio e chegar perto do nosso objetivo de ser a maior empresa de comercialização de energia do País", disse Rudge ao Broadcast após o anúncio da compra de 70% do capital da Targus pela BR Distribuidora por R$ 62,1 milhões.

O executivo, responsável pela parte financeira da Targus, afirma que com a entrada da ex-subsidiária da Petrobras no capital, a comercializadora melhora de forma significativa o seu crédito no mercado, o que vai possibilitar operações de mais longo prazo, melhorando acordos com os clientes e inclusive possibilitando financiamentos.

Um dos focos da nova parceria será a geração distribuída de diversas fontes, um nicho que a Targus já atua com grandes clientes, mas que ganhará forte impulso com os clientes do varejo trazidos pela BR.

"A gente pretende explorar de forma relevante a base de clientes da BR, vamos oferecer energia e serviços para os clientes deles e trabalhar com geração distribuída, que são as usinas afastadas do centro de consumo para consumidores menores. Vamos poder entrar mais no varejo", explicou.

O crescimento na geração distribuída, porém, acontece em um momento que se discute o fim dos subsídios no segmento, o que reduz a sua viabilidade, reconhece Rudge, mas não vai afetar projetos já instalados por um longo tempo, e na sua avaliação vai continuar a ser um mercado promissor. Para ele, a tendência é que o mercado livre continue em crescimento, com os consumidores reconhecendo os benefícios que ele traz.

"A tendência é desregular. O mercado livre tem crescido de forma expressiva nesses últimos anos, e este ano bateu a marca de 10 mil consumidores. Esse crescimento em relação ao passado é bem representativo, isso mostra que o s consumidores têm reconhecido o benefício", afirmou.

contato: denise.luna@estadao.com
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