Economia & Mercados
17/11/2021 11:11

Após 'susto' no 2tri21, Stone espera voltar a conceder crédito no 1º semestre de 2022


Por Matheus Piovesana

São Paulo, 16/11/2021 - Depois de amargar um prejuízo de R$ 150,5 milhões no segundo trimestre deste ano por causa dos problemas registrados por sua operação de crédito, a Stone espera voltar a abrir a torneira no primeiro semestre de 2022, de forma gradual. A companhia não fez novos desembolsos no terceiro trimestre, e está reestruturando seus produtos.

"No último trimestre, não fizemos desembolso, porque estamos reestruturando o nosso produto de crédito, e expandindo a área", disse ao Broadcast o presidente da Stone, Augusto Lins. "Estamos reorganizando a nossa prateleira de produtos, para ter o produto com a garantia dos nossos recebíveis, e vamos lançar ao longo do ano que vem um produto de cartão de crédito e linhas de capital de giro de curto prazo."

No segundo trimestre, a Stone teve de pisar no freio dos desembolsos de crédito devido às falhas do sistema de registro de recebíveis, que entrou no ar em junho e teve uma primeira fase marcada por falhas. As centrais habilitadas a participar do registro não conversavam entre si, o que gerou problemas para a execução de garantias.

Ao mesmo tempo, as taxas de recuperação de créditos inadimplentes ficaram abaixo do que a Stone inicialmente esperava, e com isso, a companhia teve de aumentar o colchão contra perdas. Tudo combinado, a Stone resolveu fechar para balanço. Agora, promete voltar sem sobressaltos.

"Eu entendo que a gente começa a desembolsar (crédito) a partir do primeiro trimestre, com um aumento do volume a partir do segundo", afirmou Lins. De acordo com ele, o ritmo do retorno vai depender do sucesso dos testes feitos pela companhia até lá.

As parcerias serão um dos pilares do produto reformulado. Lins adiantou ao Broadcast que a Stone fez um investimento na Gyra+, fintech que financia capital de giro para pequenas e médias empresas. Ele não revelou detalhes, como valor e a fatia adquirida.

Bem, obrigado

Com o desempenho de outras linhas de negócio, a Stone deixou para trás os números do segundo trimestre, e ao todo, teve receitas de R$ 1,470 bilhão, alta de 57,3% em base anual. Houve crescimento em todos os segmentos, com alta de 54% do volume capturado se excluído o volume relacionado ao auxílio emergencial, que foi substancialmente menor neste ano.

O terceiro trimestre foi o primeiro em que a Linx esteve sob a gestão da Stone, após as aprovações finais à compra da empresa de softwares. Segundo Lins, a adquirida tem sido fonte "só de boa notícia", com boa retenção de clientes (de 99%, segundo a Stone). Ao todo, a Stone conta com mais de 200 mil clientes ativos em softwares, número que inclui os clientes da Linx.

Nesta frente, a Stone caminha para desenvolver novos produtos que juntem sua solução de pagamentos com os sistemas de gestão da Linx. "A vida do empreendedor é muito difícil. Temos na cabeça a ideia de simplificar a vida dele", afirma o presidente da Stone.

Na outra parceria, com o Banco Inter, a Stone está focada no marketplace, o Inter Shop. Segundo Lins, o momento é propício para que a companhia tome carona no crescimento da plataforma do banco digital, acelerada, como muitas similares, pela pandemia da covid-19. "Vivemos um momento singular da sociedade. O Inter vem ajudar."

Ainda de acordo com o executivo, o fornecimento de maquininhas para a Stone não tem sido atrapalhado pela escassez mundial de semicondutores. Segundo ele, a companhia tem estoques garantidos até o final do ano.

Contato: matheus.piovesana@estadao.com
Para ver esta notícia sem o delay assine o Broadcast+ e veja todos os conteúdos em tempo real.

Copyright © 2024 - Todos os direitos reservados para o Grupo Estado.

As notícias e cotações deste site possuem delay de 15 minutos.
Termos de uso