Economia & Mercados
23/11/2020 15:56

Exclusivo: Braskem quer ampliar programa de eficiência energética em fábricas


Por Wilian Miron

São Paulo, 23/11/2020 - Após reduzir em 833 GWh o consumo de energia elétrica na fábrica da fábrica Q1, no Polo Industrial de Camaçari, na Bahia, a Braskem planeja ampliar seu projeto de eficiência energética para suas operações em outros Estados, como as unidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Alagoas e Rio Grande do Sul.

No projeto realizado na unidade de Camaçari, a empresa investiu R$ 65 milhões e conseguiu economizar 5,5% do consumo total da fábrica, volume equivalente à população do Estado de Roraima.

Durante o processo de aprimoramento no uso da energia consumida na fábrica de Camaçari, foram implantadas dez medidas para economizar energia, principalmente de digitalização de operações e otimização da energia utilizada pelo forno da unidade, que é o equipamento que mais demanda eletricidade na fábrica.

A iniciativa tem dois objetivos: de um lado, gerar uma economia financeira para a empresa; de outro, ajudar a cumprir a meta de reduzir as emissões de carbono em 15% até 2030. Para 2050, a companhia pretende chegar a zero emissões. "Estamos estruturando, em cada um dos nossos sítios, projetos de eficiência para ao longo desta década", disse o diretor de Energia da Braskem, Gustavo Checcucci.

Segundo o executivo, as medidas começaram a ser implantadas em Camaçari há dois anos, durante as manutenções planejadas na fábrica, e foram concluídas no final do primeiro trimestre deste ano. "Estamos muito alinhados com a transformação energética e teremos o desafio de nos reinventarmos durante esse processo", comentou.

Térmica

Em sua unidade no Polo Petroquímico do Grande ABC, entre os municípios de Mauá e Santo André, em São Paulo, além das iniciativas de eficiência energética, como substituição de motores, bombas e compressores turbinados por equipamentos elétricos e mais eficientes, a Braskem também desenvolve, em sua área de energia, a construção de uma termoelétrica de 40 MW na unidade do polo petroquímico do Grande ABC, que fica entre os municípios de Mauá e Santo André, em São Paulo.

A usina, que está sendo construída em parceria com a Siemens, tem custo estimado de R$ 600 milhões e deve ser entregue no terceiro trimestre de 2021. Ela funcionará a base de rejeitos industriais produzidos na unidade.

"Este processo de São Paulo gera ganhos expressivos de energia e de emissões", afirma Checcucci. Ele explicou também que os demais projetos em implantação na fábrica estão ligados à modernização tecnológica de equipamentos nas linhas de produção.

Outras iniciativas

O diretor de Energia da Braskem também comentou que a empresa avalia outros projetos na área de energia, como a produção própria de eletricidade por meio de fontes renováveis, como solar e eólica. "Até pelo consumo energético nosso, que é grande, é até natural esse processo", comentou.

Segundo Checcucci, neste momento a empresa tem três contratos assinados com empresas como EDF, Canadian e Voltalia, para o desenvolvimento de parques eólicos operados pelos parceiros. Quando estes parques estiverem operacionais, devem responder por aproximadamente 15% do volume de energia elétrica consumida pela empresa no mercado livre, que hoje varia entre 350 a 400 MW médios por ano.

"Com eles, temos volume de energia importante e, com esses contratos, parceiros estão desenvolvendo nova energia em locais e regiões diferentes para que consigamos montar portfólio de energia renovável", disse.

"Com eles, temos volume de energia importante e, com esses contratos, parceiros estão desenvolvendo nova energia em locais e regiões diferentes para que consigamos montar portfólio de energia renovável", disse.

Contato: energia@estadao.com
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