Economia & Mercados
11/09/2018 10:18

Santander/Rial: não precisamos de País que tenha que continuamente pedir incentivo fiscal


São Paulo, 11/09/2018 - O presidente do Santander Brasil, Sergio Rial, criticou a demanda por incentivos fiscais por parte de agentes privados na sociedade brasileira. “Não precisamos de um País que tenha que continuamente pensar e pedir incentivo fiscal”, declarou durante o evento Sustentável 2018, promovido pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS).

Para Rial, a combinação de incentivos fiscais com “governança sofrível” resulta nas dificuldades que o País tem enfrentado.

O presidente do Santander Brasil fez um discurso defendendo a maior participação da sociedade civil na solução de problemas como carências de infraestrutura, em questões culturais ou ambientais.

“Nós brasileiros devemos falar menos de Lei Rouanet e mais daquilo que podemos fazer”, disse Rial em referência à lei que concede incentivo fiscal a companhias que investem em projetos culturais.

Para o executivo do Santander, o lado positivo do momento político brasileiro é que a sociedade “nunca esteve tão engajada”. Ele considerou ainda que o afastamento da ideia de intervenção estatal na vida pessoal das pessoas é uma tendência mundial. Para ele, esse desejo de reduzir a intervenção do Estado foi expresso no Brexit, movimento de saída do Reino Unido da União Europeia.

O presidente do Santander Brasil defendeu ainda que investimentos privados podem ser relevantes no desenvolvimento da infraestrutura no Brasil desde que haja um ambiente regulatório claro.

Ele citou como exemplo o setor elétrico. “Por que o setor elétrico brasileiro navega e cresce? Porque existe arcabouço regulatório confiável que permite que investidores da China e de qualquer lugar do mundo venham investir”, comentou.

Rial defendeu que o setor privado também poderá ter um papel relevante nos investimentos em saneamento e, para isso, defendeu que haja um marco regulatório nacional sobre o tema. “Não falta dinheiro nem faltam investidores, o que falta é a sociedade se organizar para montar marco regulatório que permita capital privado, junto com o público investir”, concluiu. (Dayanne Sousa - dayanne.sousa@estadao.com)
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