Agronegócios
13/09/2017 11:00

Arbitragem entre Abilio e GPA tem baixo impacto para varejista, dizem analistas


São Paulo, 13/09/2017 - O pedido de instauração de arbitragem feito pela Península, gestora de recursos do empresário Abilio Diniz, a respeito de valores de alugueis pagos pelo Grupo Pão de Açúcar (GPA) pode ter um impacto baixo para a companhia varejista, na avaliação de analistas. Em relatórios, profissionais do mercado estimam que o embate pode resultar em um aumento dos valores pagos a Abilio pelos alugueis de hipermercados, mas calculam que esse efeito não seria uma parte significativa do Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) do GPA.

O GPA informou ontem que recebeu notificação da Câmara de Comércio Brasil-Canadá sobre um pedido de instauração de arbitragem pedido pelo Banco Ourinvest, que representa o Fundo de Investimento Imobiliários Península, para discutir os valores dos alugueis pagos pela rede varejista em imóveis de propriedade do fundo.

O contrato de locação das 62 lojas que pertencem aos Diniz para o grupo francês Casino, que controla o GPA, foi celebrado em 2005, ainda quando Abilio Diniz era sócio da varejista. No contrato, o empresário se comprometeu a alugar os imóveis por 40 anos (20 anos, renováveis por mais 20).

Em relatório, o Deutsche Bank estimou que o custo anual associado a esses alugueis varia em torno de R$ 150 milhões a R$ 180 milhões. Assim, um aumento de 10% nos valores de aluguel afetaria em 0,7% o Ebitda do GPA, calculam os analistas Marcel Moraes e Kaila Lopez.

Já o analista Gustavo Piras Oliveira, do UBS, calculou um impacto um pouco maior: estimou que aumentos nos alugueis poderiam afetar em até 2,5% o Ebitda previsto para o ano de 2017. Ele ponderou, no entanto, que a receita média por loja (que baseia os contratos de aluguel) tem caído, o que sugere uma diminuição dos valores pagos pelo GPA a Abilio.

O Deutsche Bank considerou ainda que pode levar mais de um ano, ou mesmo vários anos, até que o processo de arbitragem seja concluído.

Os primeiros questionamentos da Península sobre valores dos alugueis do GPA surgiram em 2015. Naquela época, a Península começou a fazer um pente-fino em todas as lojas que foram alugadas ao GPA e apontou mudanças que poderiam resultar na revisão de contrato de locação entre as partes. A Península passou a questionar desde então ampliações realizadas na área útil das lojas e nos estacionamentos. Além disso, apontou novos pontos comerciais que foram alugados para terceiros dentro dessas instalações.

Segundo o GPA afirmou em comunicado, o procedimento de arbitragem trata de questões derivadas da aplicação dos contratos, e não afeta a continuidade dos alugueis. A companhia diz ainda que, em seu entendimento, as pretensões do Península são "infundadas", e que terá uma decisão favorável no julgamento da questão. Os termos e desdobramentos do procedimento estão submetidos à obrigação de confidencialidade, diz o GPA. (Dayanne Sousa - dayanne.sousa@estadao.com)
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