Por Julliana Martins
São Paulo, 01/09/2021 - O PIB da agropecuária tende a interromper a sequência de altas observadas nos dois primeiros trimestres do ano e começar a registrar resultado negativo a partir do terceiro trimestre, avalia o sócio diretor da consultoria MB Agro, José Carlos Vannini Hausknecht. "Os números do segundo semestre do ano serão marcados pelos efeitos da seca em culturas como a cana-de-açúcar, o café, mas, sobretudo, o milho", disse ele ao Broadcast Agro, nesta quarta-feira.
Com a perspectiva negativa em relação ao milho safrinha, cujas lavouras sofreram com o plantio fora da janela ideal, a estiagem e, posteriormente, as geadas, a consultoria revisou a sua projeção para o PIB da agropecuária no acumulado de 2021. Se antes era esperada estabilidade no indicador, agora a previsão é de queda de 1% em relação ao ano passado. Segundo ele, o bom desempenho da soja não vai ser suficiente para compensar os resultados que virão nos próximos dois trimestres.
Quanto ao desempenho do PIB da Agropecuária no segundo trimestre de 2021, o executivo disse que o crescimento veio em linha com o esperado. O PIB da agropecuária subiu 1,3% de abril a junho ante igual período do ano anterior, mas caiu 2,8% ante o primeiro trimestre de 2021. Os dados foram divulgados nesta manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que atribuiu o resultado à alta de 9,8% na produção de soja e de 4,1% na do arroz.
"A soja teve um desempenho muito positivo neste ano, mesmo com os atrasos na colheita. Outra atividade importante, mas que não tem ido muito bem, é a pecuária bovina. Com a redução no volume de abates, é um setor que limitou o crescimento do PIB no trimestre, mas deve fechar o ano no zero a zero", afirma Hausknecht.
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