Por Clarice Couto
São Paulo, 31/05/2021 - Os preços das terras agrícolas no Brasil cresceram 18% entre março e abril deste ano, na comparação anual, maior alta desde 2013, conforme informou o banco BTG Pactual em relatório, com base em dados da consultoria IHS Markit/IEG FNP divulgados na segunda-feira. As áreas destinadas ao cultivo de grãos foram as que maior apreciação registraram, de 29%. Foi a primeira "forte indicação" no levantamento da FNP de que os ativos imobiliários agrícolas "finalmente" estão acompanhando a valorização das commodities agrícolas, conforme o banco. Por isso, o BTG reiterou sua recomendação de compra tanto para ações da BrasilAgro como da SLC Agrícola.
O BTG destaca que havia no mercado incertezas sobre se os preços dos grãos se manteriam em patamares elevados. As cotações, contudo, continuaram se sustentando em níveis mais altos, as primeiras estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontam para estoques apertados de soja e milho em 2021/22, o que tem levado à realização constante de negócios envolvendo terras, fechados a preços crescentes. Ainda que haja oferta limitada de áreas hoje, a liquidez tem aumentado, afirma o BTG.
"Preços mais altos das terras agrícolas e, igualmente importante, maior liquidez, sustentam nossa visão otimista para a BrasilAgro. Em um ambiente onde os agricultores estão capitalizados e estimulados a expandir o negócio, a empresa está particularmente bem posicionada para gerar TIRs (taxa de retorno interno) atraentes com a venda de fazendas já desenvolvidas, ao mesmo tempo em que expande o portfólio em áreas não desenvolvidas", diz o banco.
Sobre a SLC, o BTG comenta que a empresa também se beneficia da valorização das terras agrícolas, ainda que esteja posicionada para se beneficiar mais diretamente dos preços em alta das commodities, por meio de suas fazendas "altamente produtivas". "Reiteramos a recomendação de compra para ambas", afirma o banco.
Contato: clarice.couto@estadao.com
