São Paulo, 23/02/2018 - Em sua primeira teleconferência de resultados como presidente global (CEO) da BRF, o executivo José Drummond Jr. afirmou que a companhia deve trabalhar com estratégias de longo prazo. "Não vamos sacrificar o futuro para ter um trimestre mais bonito", disse.
Ele afirmou que a companhia não vai deixar de investir neste ano, mas que o foco estará em recuperação de participação de mercado e redução de custos. A perspectiva é de uma diminuição de custos de cerca de R$ 300 milhões por ano.
Drummond não abriu a estratégia, mas citou alguns pontos que devem ser trabalhados como programas de compra - excluindo a operação de grãos, que ele considera já eficiente -, automação e integração informacional. "Vamos trabalhar nos fundamentos para melhorar a performance da companhia de forma estrutural", disse.
O executivo foi questionado sobre o pagamento de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) aos seus trabalhadores. Como a companhia registrou novamente prejuízo, não há esta entrega. Em 2016, a empresa também teve resultado negativo e não houve pagamento da PLR, o que provocou uma série de manifestações dos funcionários e ameaças de greve. "Tomamos decisão de fazer gratificação aos funcionários. Foi uma decisão de reconhecer esforço", disse Drummond.
Ainda durante a teleconferência, Drummond foi questionado sobre a circunstância da sua nomeação. Dois conselheiros da BRF foram contra a indicação. "Eu não gasto um minuto do meu tempo pensando nisso", recomendaria que vocês também fizessem isso", disse. Mais cedo, o presidente do conselho, Abilio Diniz, disse que ia deixar de ser um protagonista nas decisões da empresa, sinalizando que daria mais autonomia para o novo CEO da BRF. (Camila Turtelli, camila.turtelli@estadao.com)