São Paulo, 19/10/2017 - O comportamento de preço das hortaliças não foi uniforme nas Centrais de Abastecimento (Ceasas) do País em setembro, em relação ao mês anterior. A batata, a cebola e a alface apresentaram queda das cotações em todos os mercados. O preço do tomate teve predominância de alta, da mesma forma que a cenoura, porém, com menor intensidade. A análise faz parte do 10º Boletim Prohort de Comercialização de Hortigranjeiros nas Ceasas, divulgado nesta quinta-feira (19) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A Conab destaca que o preço do tomate, depois de apresentar declínio no primeiro semestre, voltou a subir, registrando aumentos significativos. É o caso de Goiânia (GO), com alta de 16,53%; de Vitória (ES), com porcentual de 14,79%, e de Curitiba (PR), com aumento de 13,73%. Somente em Brasília (DF) e Recife (PE) os preços apresentaram queda. "A alta específica em setembro pode ter sido provocada pela oferta ainda pequena da segunda parte da safra de inverno", informam os técnicos da Conab, no boletim.
Os preços da cenoura subiram em quatro mercados: Belo Horizonte (MG), Vitória, Curitiba e Goiânia. Na capital paulista, o preço se manteve estável, enquanto que nos outros três mercados (Brasília, Recife/PE e Fortaleza/CE) houve queda das cotações da hortaliça.
Na comercialização de batata, o quadro conjuntural em setembro não sofreu alteração. Os preços continuam em baixos níveis, com declínio verificado em todos os mercados. "Em setembro, a oferta continuou forte com a intensificação da colheita, tanto em Minas Gerais como no Centro-Oeste, mais especificamente no principal município produtor, Cristalina/GO", diz a Conab.
Para a cebola, a queda de preço ocorreu também em todos os mercados. Conforme a Conab, isso significa que a forte oferta nacional vem suprindo perfeitamente o mercado, não deixando espaço para importação do produto.
Em relação à alface, a redução nas cotações da folhosa ocorreu em virtude de uma oferta satisfatória diante de um baixo consumo, com temperaturas ainda amenas. Para este produto, as quedas de preços chegaram a 31,41% em Recife e 36,50% em Goiânia.
A Conab salienta que essas cinco hortaliças (tomate, cenoura, batata, cebola e alface) são as com maior representatividade na comercialização nas Ceasas e que registram maior destaque no cálculo do índice de inflação oficial (IPCA).
Frutas
No segmento de frutas, o estudo também considerou os alimentos com maior participação na comercialização e no cálculo da inflação (banana, laranja, maçã, mamão e melancia).
Segundo a Conab, setembro foi marcado pela recuperação das cotações para as frutas na maioria dos mercados. Para a banana, há a consolidação da reversão dessa tendência desde o mês anterior. A oferta da fruta, no entanto, teve pequenas variações, à exceção da alta na Ceasa/GO (48,11%).
A laranja teve variações positivas de preços na maioria das Ceasas e queda da oferta em 5 Ceasas, em contraposição ao aumento em todas as Ceasas no mês anterior. "Chuvas são esperadas para mitigar o risco de perdas e de produtividade nas lavouras", comenta a Conab.
Os preços da maçã apresentaram variações pequenas para mais ou para menos. A quantidade comercializada caiu levemente em 5 mercados, em meio ao abastecimento satisfatório e a esperança de lucros maiores a partir de outubro.
Os preços do mamão subiram em todas as Ceasas, com destaque para o mamão formosa. A oferta teve variações pequenas, com tendência para baixa.
Já a melancia teve o início da produção paulista em Oscar Bressane e a continuidade do fornecimento a partir de Uruana (GO), em meio a um aumento de preços.
O levantamento é feito mensalmente pelo Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) da Conab, a partir de informações fornecidas espontaneamente por grandes mercados atacadistas do País. Para a análise do comportamento dos preços de setembro, foram considerados os principais entrepostos dos estados de SP, MG, ES, PR, CE, PE, GO e DF.
