Agronegócios
08/11/2019 11:15

Peste suína/Commerzbank: epidemia na China provoca alta na importação de carne e queda na compra de soja


Por: Isadora Duarte

São Paulo, 08/11/2019 - A epidemia da peste suína africana (ASF, na sigla em inglês) que dizimou cerca de metade do plantel de suínos da China impulsiona as importações de carnes pelo país, mas também vem reduzindo as aquisições chinesas de soja, observa o Commerzbank. "A União Europeia (UE), por exemplo, conseguiu aumentar suas exportações de carne suína para a China, enquanto a América do Sul também está lucrando. Embora a carne suína dos EUA esteja sujeita a tarifas retaliatórias da China, o que a coloca em desvantagem competitiva, ainda assim houve aumento da demanda chinesa pelo produto norte-americano", explica a analista de commodities agrícolas do banco, Michaela Kühl, em comentário diário enviado para clientes. A instituição financeira destaca que de janeiro a setembro deste ano, o país asiático aumentou em 44% o volume de importações de carne suína, na comparação com o mesmo período do ano passado.

No comunicado, o banco destaca que exportadores norte-americanos de carne suína esperam que as importações chinesas continuem em alta até 2022. "Então, somente a partir de 2022 é provável que as importações diminuam à medida que a produção doméstica de suínos se recupere novamente", aponta Michaela. O estoque interno do produto, contudo, deve continuar 13% inferior ao nível que estava antes do surto da doença. "Isso ocorre porque os preços extremamente altos da carne suína provavelmente trarão uma mudança permanente na demanda do produto em relação a outras proteínas."

Em contrapartida, a analista ressalta que as perspectivas de médio prazo para os exportadores norte-americanos de soja são muito menos animadoras. "Independentemente do resultado da disputa comercial, a China provavelmente importará menos soja para alimentação animal no médio prazo - pelo menos até que o problema da peste suína seja resolvido", projeta Michaela. O Commerzbank cita no comentário que após alguns meses de elevadas compras chinesas da oleaginosa dos EUA como sinal de "boa vontade" nas negociações comerciais entre os dois países, no acumulado do ano, a importação de soja pelo país asiático em outubro foi 11% menor que a de setembro e 11% menor que a de outubro de 2018.

Contato: isadora.duarte@estadao.com
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