São Paulo, 05/10/2018 - Os contratos futuros de grãos devem começar o pregão operando no campo positivo nesta sexta-feira na Bolsa de Chicago (CBOT), sustentados pela desvalorização da moeda norte-americana ante as moedas estrangeiras. Investidores também monitoram o relatório semanal com o posicionamento dos fundos e especuladores, que será divulgado pela Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês), na tarde desta sexta-feira. As chuvas recentes no Meio-Oeste, que prejudicam os trabalhos de colheita, também colaboram para a valorização dos preços dos grãos.
A soja deve abrir em alta. Os avanços no petróleo, em movimento de recuperação recente, influenciam o movimento altista das cotações da oleaginosa. Analistas consideram que os conflitos comerciais se mantêm no radar de traders e especuladores. Nesta manhã, a comissária para Comércio da União Europeia, Cecilia Malmström afirmou que o bloco ainda não está em negociações com os Estados Unidos com vistas a um acordo de livre comércio de bens e que um possível pacto não incluirá produtos agrícolas.
O milho também deve abrir em alta. Os ganhos no petróleo favorecem as cotações do cereal, pois aumenta a competitividade do etanol. Nos Estados Unidos, cerca de um terço da produção de milho é destinada ao processamento do biocombustível. Além disso, a demanda pelo cereal norte-americano permanece aquecida. Analistas acreditam que o novo acordo comercial dos EUA com Canadá e México deve acentuar as vendas externas do grão.
Na mesma direção, o trigo deve abrir em alta, acompanhando o desempenho do milho. Os dois cereais estabelecem relação de preço, pois são substitutos diretos na ração animal. A influência altista advém também de relatos de traders que apontam para uma possível restrição pelo governo russo às exportações do cereal. Analistas acreditam que a medida acentuaria a demanda pelo trigo norte-americano.
No overnight, o vencimento novembro da soja subiu 2,25 cents (0,26%), a US$ 8,6150 por bushel. O milho para dezembro subiu 0,75 cent (0,20%), a US$ 3,6825 por bushel, enquanto igual vencimento do trigo ganhou 3,50 cents (0,68%), a US$ 5,2150 por bushel. (Isadora Duarte, isadora.duarte@estadao.com, com informações da Dow Jones Newswires)
