Agronegócios
28/07/2022 17:17

Boi/Febraban: Bancos discutem regras que frigoríficos terão de cumprir para acessar crédito


Por Sandy Oliveira

São Paulo, 14/06/2022 - Os bancos brasileiros iniciaram uma discussão, por meio da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), para criar uma regra para controlar o risco de desmatamento da floresta amazônica por meio da cadeia de carne bovina, com foco nos frigoríficos. O Broadcast Agro confirmou o conteúdo da minuta de normativa, que está sendo discutida internamente na Febraban, e que havia sido revelado nesta manhã pelo jornal Valor Econômico. A norma lista regras que frigoríficos terão de cumprir para acessar crédito entre os bancos. Até dezembro de 2025, por exemplo, indústrias precisarão garantir que não compram gado, de forma direta ou indireta, de áreas de desmatamento ilegal, indica o documento.

De acordo com a federação, antes da aprovação da medida, que deve ocorrer ainda neste ano, será necessário uma avaliação do comitê e do conselho de autorregulação. "Isso que ainda pode provocar mudanças no texto. As discussões estão no início e estão acontecendo apenas com os bancos. Também conversaremos com representantes das indústrias", disse ao Broadcast Agro o diretor de Sustentabilidade da Febraban, Amaury Oliva.

No primeiro momento, as medidas visam apenas frigoríficos e deixam os pecuaristas de fora da discussão. A decisão chama a atenção, já que se trata de um elo importante para combater o avanço do desmatamento. Segundo Oliva, indústrias estão "bastante organizadas" e contam com experiências de rastreabilidade. "A gente precisa começar dando alguns passos. Mas a ideia é ampliar o debate e estender esse compromisso para outros setores e biomas da cadeia produtiva", afirma.

Metas

De fato, os frigoríficos vêm se movimentando para eliminar o desmatamento em sua cadeia de fornecedores de gado. A JBS, por exemplo, firmou o compromisso de que, a partir de 2025, só comprará gado dos pecuaristas que estiverem cadastrados na Plataforma Pecuária. Em blockchain, a tecnologia determina a abertura dos fornecedores indiretos de cada pecuarista. Já a Marfrig colocou em 2025 o prazo para monitorar 100% dos fornecedores indiretos de gado no bioma amazônico. A Minerva prevê que, até 2030, monitorará 100% dos seus fornecedores indiretos.

Contato: sandy.oliveira@estadao.com
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