Agronegócios
09/02/2021 08:21

São Martinho: lucro líquido cai 20,6%, para R$ 272,164 milhões, no 3º tri do ano safra 2020/21


Por Augusto Decker

São Paulo, 09/02/2021 - O Grupo São Martinho reportou lucro líquido de R$ 272,164 milhões no terceiro trimestre do ano-safra 2020/21, encerrado em 31 de dezembro. O resultado representa queda de 20,6% ante o registrado em igual período da temporada 2019/20, informou o Grupo em relatório trimestral, divulgado ontem (8), depois do fechamento do mercado. No mesmo trimestre do ano passado, o lucro líquido foi de R$ 342,920 milhões e incluiu impacto de R$ 230,4 milhões "referente aos processos judiciais da Copersucar, nos quais a companhia figura como parte". O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da companhia sucroenergética subiu 20,3% na mesma comparação, para R$ 651,597 milhões.

Em nove meses de safra, o lucro líquido acumulado subiu 45,0%, para R$ 719,764 milhões. O Ebitda ajustado da safra avançou 26,7% no período, para R$ 1,619 bilhão.

A receita líquida do grupo alcançou R$ 1,213 bilhão no trimestre, alta anual de 17,8%; no acumulado, o avanço foi de 23,9%, para R$ 3,165 bilhões. O lucro caixa ficou em R$ 307,138 milhões (-16,2%) no trimestre e em R$ 767,826 milhões (+39,9%) no acumulado da safra.

A dívida líquida consolidada caiu 2,6% entre março e dezembro, passando para R$ 2,803 bilhões no trimestre encerrado no último mês de 2020. A alavancagem passou de 1,65 vez em dezembro de 2019 para 1,27 vez em dezembro de 2020.

As companhias do setor sucroenergético têm gerado boas expectativas no mercado. No mês passado, a Eleven Financial aumentou o preço-alvo da ação da São Martinho de R$ 27 para R$ 32. A casa de análise afirma que os fundamentos do setor sucroenergético são positivos. Os preços do açúcar, diz a Eleven, devem ficar sustentados pela demanda da Indonésia, que autorizou importação de 2 milhões de toneladas sem tarifas este ano, e China. A quebra de safra na Tailândia, importante produtora, também deve ajudar as cotações.

Além disso, o anúncio recente de uma nova usina de etanol de milho em Goiás foi bem recebido. De acordo com o Santander, os retornos devem ser altos, as vendas durante a entressafra de cana-de-açúcar devem aumentar, a empresa melhorará sua penetração no mercado de Goiás e ampliará o conhecimento no segmento de etanol de milho.

Produção

O grupo ratificou a informação de dezembro do encerramento da moagem da safra 2020/21. A companhia relatou processamento de 22,522 milhões de toneladas de cana. A produção de açúcar ficou em 1,483 milhão de toneladas, 34,1% acima dos nove meses da safra anterior. Já o etanol ficou 13,1% abaixo, em 1,018 bilhão de litros.

Na comparação com a safra 2019/20, o processamento de cana caiu em 0,5%, mas o Açúcar Total Recuperável (ATR) médio subiu 4,6%, para 145,7 quilos por tonelada. O mix entre açúcar e etanol mudou: 53% para o biocombustível e 47% para o adoçante em 2020/21, ante 63% e 37%, respectivamente, em 2019/20. O setor tem movido o mix na direção do açúcar para aproveitar os preços recordes em reais que o adoçante tem alcançado.

O capex de manutenção da companhia somou R$ 372,488 milhões no terceiro trimestre da safra, aumento de 18,2% em relação ao de igual período da safra anterior. O crescimento no acumulado da safra é de 13,8%, para R$ 1,228 bilhão.

O capex de melhoria operacional - investimentos relacionados às trocas de equipamentos agrícolas e industriais, visando crescimento de produtividade - somou R$ 33,037 milhões no trimestre encerrado em dezembro, queda de 29,7%.

Quanto ao capex de expansão, a companhia realizou investimentos que somaram R$ 28,981 milhões no terceiro trimestre, alta anual de 21,1%, refletindo "a decisão de retomar alguns projetos, considerando a melhora das condições de mercado".

Contato: augusto.decker@estadao.com
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