Por Leticia Pakulski
São Paulo, 23/03/2023 - A Datagro Grãos reduziu a sua previsão de produção de soja da América do Sul na safra 2022/23 para 193,52 milhões de toneladas, ante 218,16 milhões de toneladas da projeção de novembro. O novo número ainda representa elevação de 5% ante as 184,67 mi de toneladas da frustrada safra 2021/22.
"Estamos revisando a estimativa fortemente para baixo por conta da irregularidade no clima, impactado pelo terceiro ano de La Niña", disse o economista e líder de pesquisa da Datagro Grãos, Flávio Roberto de França Junior, em nota.
Para o Brasil, maior produtor global da oleaginosa, a consultoria prevê 150,81 milhões de toneladas, avanço de 16% sobre a safra passada, quando foram colhidas 129,66 milhões de toneladas. Para a Argentina, o potencial de produção é de apenas 27,00 milhões de toneladas, o que representaria queda de 37% ante a safra anterior, de 43,00 milhões de toneladas.
Quanto ao Paraguai, a produção deve ser de 9,70 milhões de toneladas na soma das safras de verão e de inverno, ante 4,54 milhões de toneladas em 2021/22. Para a Bolívia, o levantamento indica que a colheita atingirá 3,50 milhões de toneladas, 18% abaixo da safra 2021/22, de 4,25 milhões de toneladas. Para o Uruguai, em virtude do clima irregular, o potencial produtivo está previsto em 2,50 milhões de toneladas, 22% abaixo do ciclo anterior.
Colheita no Brasil
Levantamento realizado pela Datagro Grãos até o dia 17 de março indica que a colheita brasileira de soja chegou a 64,7% da área estimada para a safra 2022/23, avanço semanal de 8,8 pontos porcentuais, superior aos 6,7 p.p. observados em igual período de 2022, mas abaixo dos 9,6 p.p. da média dos últimos cinco anos.
Apesar do avanço, os trabalhos continuam distantes dos 74,3% de semelhante data de 2022 e um pouco aquém dos 67,5% da média plurianual.
Contato: leticia.pakulski@estadao.com
