Agronegócios
22/03/2023 18:15

Soja/Agroconsult: exportação de soja deve atingir 96,1 milhões de toneladas em 2023


Por Leticia Pakulski

São Paulo, 22/03/2023 - A consultoria Agroconsult projetou a exportação de soja do Brasil em 96,1 milhões de toneladas em 2023, aumento de 22% ante o ano anterior. Segundo a consultoria, em um cenário de déficit global, o País tem produto para oferecer. “Estamos estimando um ano muito bom em termos de exportação, um novo recorde em termos de volume”, disse o CEO da Agroconsult, André Pessôa. O esmagamento de soja no País deve crescer 7,0%, para 53,9 milhões de toneladas. A Agroconsult projetou ainda que as exportações de farelo brasileiras devem superar 22 milhões de toneladas. “O Brasil vai tirar proveito em 2023 da posição fragilizada da Argentina”, afirmou.

Pessôa lembrou que a quebra de cerca de 50% na produção esperada na Argentina ajudou a segurar uma queda de preços que poderia ter sido mais acentuada na soja. “Desde o inicio da colheita, em meados de janeiro, estamos observando dois movimentos importantes: a queda de preço em Chicago apontando para essa grande safra brasileira e, mais recentemente, uma queda muito acentuada de prêmios nos portos no Brasil”, disse o CEO da Agroconsult. “Depois de muito tempo, voltamos a ter prêmios negativos em uma safra brasileira.”

No caso do milho, a exportação entre fevereiro de 2023 e janeiro de 2024 deve atingir 51,9 milhões de toneladas, 11,7% acima da temporada anterior. Além de soja, farelo e milho, também sairão do País rumo ao exterior grandes volumes de açúcar, DDG, trigo e arroz, segundo Pessôa. “Vamos passar de 200 milhões de toneladas de graneis exportados pelos portos brasileiros pela primeira vez. A logística vai ser testada, porque não só é um volume muito grande mas são vários produtos”, disse.

Quanto à demanda externa por milho, Pessôa destacou as duas safras frustradas do cereal nos EUA, os problemas na Ucrânia devido à guerra com a Rússia, os 20 milhões de toneladas a menos que a Argentina deve colher (em relação à previsão inicial) e a demanda forte da China por importação de milho neste ano. “Isso deixa o Brasil com a oportunidade de pela primeira vez ultrapassar 50 milhões de toneladas”, disse, ressaltando que isso dependerá do tamanho da colheita de inverno do Brasil. “Este ano, em condições quase normais, a gente tem a chance de ultrapassar os EUA na exportação de milho e daqui para frente rivalizar com os norte-americanos”, disse.

O consumo doméstico do cereal deve alcançar 80,5 milhões de toneladas em 2022/23, aumento de 6,9% ante o ciclo anterior. O maior aumento deve vir da demanda para produção de etanol, de 10,5 milhões para 13,6 milhões de toneladas, enquanto o consumo para proteína animal deve crescer de 56,7 milhões para 58,6 milhões de toneladas. “Apesar das dificuldades que enfrentamos ao longo dos dois últimos anos na suinocultura, vemos um início de recuperação de rentabilidade com uma perspectiva positiva para este ano”, disse Pessôa, destacando ainda a procura por milho da avicultura e produção de leite.

Contato: leticia.pakulski@estadao.com
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